Diário de São Paulo
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2021

Dados de violência sexual infantojuvenil batem recorde no Brasil

Um boletim epidemiológico registrou as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

O Brasil bateu recorde em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2021. - Imagem: reprodução I Freepik
O Brasil bateu recorde em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2021. - Imagem: reprodução I Freepik

Juliane Moreti Publicado em 21/05/2023, às 10h25


Nesta semana, um boletim epidemiológico divulgado registrou que o Brasil bateu recorde em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2021. 

Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de acordo com informações do portal UOL

Apesar da série histórica, que foi iniciada em 2015, apenas 58% dos casos são registrados após chegarem ao Conselho Tutelar para a investigação.

Com isso, há 35.196 vítimas entre 0 e 19 anos, que sofreram algum tipo de abuso, número que não abrange a totalidade dos crimes

  • Entre 0 e 19 anos: meninas foram vítimas em 92,7%, mas apenas 52% dos casos chegaram até o Conselho Tutelar;
  • Entre crianças de até 9 anos: 83.581 casos, em que estão a maior parte das vítimas, representando 67% do total; em primeiro lugar, 56,8% dos casos são estupros; 70,9% acontecem dentro das residências, em que familiares representam 41,1% dos agressores. 
  • Entre crianças de 10 a 19 anos: o estupro também é o crime mais frequente, com 59,68% dos casos, com amigos ou conhecidos ficando em primeiro lugar entre os agressores (38,4%); a moradia também ganha em primeiro, com 63,4% dos lugares que aconteceram as violências; 110 mil apenas do sexo feminino; 32 mil casos, apenas 52% chegaram até o órgão; 
  • Violência contra meninos: ''há um sub-registro dos casos (...) associados a fatores que limitam a identificação da violência'', diz o boletim;
  • Entre as violências avaliadas, estão: estupro, assédio sexual, pornografia infantil, exploração sexual e outros.

A preocupação das autoridades é com o baixo número de registros, que, com certeza, não somam a quantidade de ocorrências que realmente acontecem, o que pode ''sinalizar a desarticulação da rede e a falta de capacitação dos profissionais'', conforme cita o boletim. 

''Isso é um problema grave do país, pela falta de investimentos na capacitação do pessoal que atua em contato direto (com as vítimas). E também pela dificuldade que isso gera na chegada de recursos para serem investidos na política de prevenção a violações contra crianças e adolescentes'', cita Narcyjane Limeira, da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente da OAB-AL. 

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