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Racismo

Apresentadora do SBT é vítima de racismo em ônibus em São Paulo: "Tive crise de choro"

O caso ocorreu durante uma viagem na madrugada da última quarta-feira (28)

Apresentadora do SBT é vítima de racismo em ônibus em São Paulo: "Tive crise de choro" - Imagem: reprodução Instagram
Apresentadora do SBT é vítima de racismo em ônibus em São Paulo: "Tive crise de choro" - Imagem: reprodução Instagram

Vitória Tedeschi Publicado em 30/09/2022, às 15h17


A terapeuta e apresentadora do programa Autoestima, da TV Serra Dourada (SBT), Camila Lourenço, conhecida como Cacau Mila relatou em suas redes sociais ter sido vítima de agressão e ofensas racistas por uma mulher, durante uma viagem de ônibus em São Paulo.

O caso foi registrado em vídeo por ela e por amigos que estavam no veículo, na madrugada da última quarta-feira (28), em um ônibus da Buser que saiu de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro. A situação também foi relatada nas redes sociais.

"Quando entrei no ônibus da Buser, por volta das 22h, eu estava com muitas coisas e me sentei, mas não vi que estava em cima de uma bolsa. Na hora, eu peguei e a coloquei do lado da poltrona. Em questão de segundos apareceu uma mulher gritando e perguntando onde estava a bolsa. Eu peguei e mostrei, quando ela falou que eu estava no lugar dela e me mandou eu sair", relatou a apresentadora.

No vídeo compartilhado por Camila, é possível ver a agressora, uma outra passageira que estava sentada na poltrona ao lado dela, acusando a apresentadora de ter escondido sua bolsa. Assista:

Sinceramente, foi difícil lidar. Tive uma crise de choro. Fiquei com medo, por tudo. Foi tudo muito rápido", desabafou a apresentadora.

Segundo Camila, a confusão ocorreu após ela não ter percebido que havia sentado em cima da bolsa da mulher. A apresentadora afirma que, depois disso, a agressora avançou sobre ela e jogou suas roupas no chão.

"Coloquei a bolsa na poltrona ao lado e, em questão de segundos, a moça do vídeo chegou gritando, xingando, me puxou pela roupa, pelos braços, avançou em mim, jogou minhas roupas no chão", contou.

Mila descreveu que além dos insultos racistas e de violência política, por ela e os amigos estarem com o adesivo do candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também foi acusada de ter roubado a bolsa da mulher.

Ao g1, Esdras De Lúcia, que também é apresentador, comentou que havia acabado de deixar a amiga no ponto de embarque, quando recebeu o pedido de ajuda: "ela me ligou falando que ela estava sendo agredida dentro do ônibus, sorte que eu estava próximo e consegui chegar o mais rápido possível".

O ativista negro comentou que a agressora começou a xingar ele e Camila de "macacos".

"Eu me descontrolei e comecei a falar muitas coisas porque as pessoas no ônibus estavam caladas e não faziam nada, vendo a minha amiga sendo humilhada, vendo nós sendo humilhados".

Depois de descer do veículo, Cacau disse que sofreu de crises de choro e ansiedade até a polícia chegar. Com a presença das autoridades, ela explicou que não queria seguir viagem no mesmo ambiente com a mulher que a agrediu. Mas, precisou seguir na mesma cabine durante uma parte do percurso.

"Depois me colocaram em um carro, sem a bagagem, e não me deixaram nem parar para comer ou beber água. Como se eu fosse uma prisioneira, um favor que eles faziam. Tive que pagar do meu bolso para pegar as malas. Depois da repercussão da internet, a Buser entrou em contato e ressarciu o valor, mas eu não falo mais com eles, deixei para os meus advogados", explicou.

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