A ação criminosa virtual conhecida como “cancelamento” é uma extensão de método para o chamado “assassinato de reputação”.

O que é assassinato de reputação?

É ferir a imagem pública de uma pessoa através de ampla disseminação de notícias que podem ser falsas ou distorcidas, importa que deem sentido negativo ao que fez ou deixou de fazer, falou ou deixou de falar, aquele que interessa destruir junto à opinião pública.

O que é cancelamento?

É uma técnica do “assassinato de reputação” que surge com o advento da Internet e explora as vulnerabilidades do universo virtual, principalmente nas redes sociais, para manipular a percepção dos internautas contra uma figura pública, uma organização, um grupo étnico ou uma ideia.

No Brasil o cancelamento é usado principalmente para criar um ambiente hostil para aqueles que expressam pensamentos e ideias diferentes da visão do status-quo, o que altera a própria configuração da realidade social: vivemos um tempo onde o mocinho se torna bandido e o bandido se torna mocinho, “pós-verdade”.

O sucesso do método consiste em criar um “efeito dominó” a partir de um movimento que, a princípio, é artificial quando distorce o sentido de uma fala ou de um ato realizado.

A distorção se torna uma narrativa que é lançada para as massas e ganha vida própria.

Quanto maior o engajamento de pessoas na falsa narrativa contra o alvo, melhor para ampliar o ataque, em dado momento a vítima já não consegue mais se defender da avalanche das acusações, é o efeito “bola de neve”.

A imprensa vermelha dissemina a narrativa falsa já com “iscas técnicas” prontas para “pescar” internautas de temperamento irascível, os que costumam se “informar” por títulos escandalosos.

Ferramentas de compartilhamento avançado ampliam enormemente o alcance de compartilhamentos.

O que importa é que ao final do processo a pessoa alvo tenha sofrido uma perda de relevância social.

Na melhor das hipóteses a pessoa alvo fica definitivamente marginalizada diante da opinião pública, e na pior, quando a pessoa alvo consegue se defender, importa que sua defesa não consiga abarcar a extensão do dano feito contra ela.

Consequências pessoais e sociais do cancelamento

Para a pessoa cancelada os danos são imensos, por vezes perdendo os meios de subsistência, isto é, são afetadas no seu trabalho e ficam incapacitadas de amparar suas famílias adequadamente.

Sem falar no risco de violência que ficam expostas, o que inclui o risco de vida.

Socialmente o cancelamento também é terrível porque promove a mentira no lugar da verdade e inibe as pessoas públicas de defender o certo e o justo quando sabem que a defesa do certo e do justo pode desagradar “a nata” do status-quo.

A maior vítima do cancelamento é sempre a verdade e a justiça.

Embora o brasileiro tenha consciência de que há muita coisa errada na esquerda e no seu modus operandi, tende a permanecer calado enquanto a esquerda vai destruindo a liberdade, pasmem, em nome da “liberdade”.

O cancelamento é uma ferramenta de “golpe técnico” contra a liberdade, sua natureza é anti-democrática e criminosa em essência.

Você pode se perguntar, por exemplo, “e o gabinete do ódio?”

Como dizia Lênin: “acuse-os do que você é”

O cancelamento é um “recurso revolucionário” para a esquerda.

É o equivalente ao “golpe técnico” que Lênin institui para antecipar a Revolução Comunista, mas é o equivalente em tempos de redes sociais e internet, quando a violência física está fora de moda e o assassinato real tende a causar mais problemas que benefícios, como o caso da facada no Presidente Bolsonaro comprova.

Como funciona um cancelamento na prática?

Quem não se lembra do caso que ficou conhecido como “Cristiane Brasil na lancha” ou “Cristiane Brasil em barco”, que foi vitrine de portais de pseudo-notícias e fofocas, nos fins de janeiro de 2018?

Você sabe a história verdadeira por trás do vídeo?

Assim que apareceu meu nome no Diário Oficial da União, indicada pelo Presidente Michel Temer, para assumir a pasta de Ministra do Trabalho, no dia 3 de janeiro de 2018. Começaram os ataques organizados contra mim.

O processo de cancelamento geralmente é um “complemento”, uma espécie de “cortina de fumaça”, um dos objetivo é distrair o público de alguma manobra escusa, esta que por sua vez pode não funcionar se não houver uma “fritada moral” da pessoa alvo, que precisa ser desmoralizada.

Da próxima vez que você ver uma pessoa sendo “cancelada”, procure o assunto que estava entrando em pauta na imprensa e que poderia prejudicar a esquerda. Você terá a chance de conhecer a verdade.

No meu caso o cancelamento foi mais um capítulo da perseguição aos potenciais inimigos “conservadores”.

Sabemos que a esquerda está encalacrada no poder e é principalmente hegemônica no segmento trabalhista, onde a várias décadas torna impossível o encontro de interesses entre funcionários e patrões.

Me tirar do Ministério do Trabalho era uma forma de “mandar um recado” a todos os conservadores, sinal que afirma “não há lugar na política para quem não é de esquerda”.

Se você não for de esquerda, não importa se é mulher, preto(a), homossexual ou indigena,  isso são bandeiras que a esquerda finge defender na vista pública; veja como trataram, por exemplo, Clodoviu Hernandes, Joaquim Barbosa e tantos outros antes e depois de mim.

Na ocasião eu era vista como uma mulher alçada ao Ministério do Trabalho e com ampla experiência, mas nada disso teve valor, afinal, eu não sou de esquerda.

A esquerda sempre me tomou como potencial inimiga, e em tempos de entraves com a justiça, eliminar antecipadamente os adversários é uma necessidade preventiva.

Por trás do vídeo da Cristiane Brasil na lancha

No final de janeiro apareceu o vídeo que foi usado amplamente para me tornar caricata diante da opinião pública conservadora, e na esteira da difamação aproveitaram para caricaturar toda a classe empresarial brasileira, também considerada “inimiga” ou “burguesa” pela esquerda.

A Cristiane Brasil de farta experiência política, da luta pelas mulheres, pelos idosos, pelos direitos trabalhistas de todas as classes, desapareceu, para surgir a “patricinha da lancha” representante da “burguesia”, que “votou pelo Impeachment da Dilma”.

O vídeo foi amplamente difundido sempre antecedido pela narrativa pejorativa da imprensa canceladora, para segmentar, dividir e separar qualquer um que quisesse me defender no caso que realmente importava, isto é, no obscuro trâmite para me tirar do Ministério do Trabalho.

Essa necessidade de “caricaturar” adversários é aparentada com as campanhas de ridicularização que os comunistas faziam com os pequenos donos de terra, e que os nazistas promoveram contra os judeus: é um passo importante para tornar alguém vulnerável e indefensável, torná-lo ridículo, afinal, quem vai defender o “indesejável”? Método odioso, porém antigo e eficiente.

Logo depois do meu nome sair para o Ministério do Trabalho, todos meus amigos, conhecidos e até desconhecidos, foram assediados pela imprensa vermelha; queriam encontrar algum relato, qualquer um que fosse, que me comprometesse com a justiça trabalhista.

Chegaram a se fingir de “pessoas comuns” para obter informações em conversas corriqueiras.  Constrangeram e ofenderam quem não tinha nenhuma informação que pudesse me detratar.

Naqueles dias meus telefones não paravam de tocar a todo momento, do outro lado da linha estava sempre alguém assustado, relatando sobre uma ou várias “ligações estranhas”, contando sobre abordagens rudes que sofreram na rua ou enquanto esperavam na fila da padaria.

Abordagens feitas por desconhecidos que queriam “confirmação de denúncias” contra mim, cheios de perguntas invasivas e capciosas.

Algumas pessoas, mesmo depois de conseguirem desvencilhar os assediadores, perceberam que foram seguidas por eles enquanto voltavam para casa.

O clima persecutório era horrível, havia boatos de ameaças de  “grampos e escutas” de pessoas que não tinham nenhum envolvimento estreito comigo. E veículos de “tocaia” se tornaram rotina.

Apareciam sujeitos que assediavam qualquer um próximo de mim, e desapareciam em seguida.

Mesmo com todo esse esforço, as informações que os canceladores obtiveram, fazem justiça ao dito “a montanha pariu um rato”, afinal, o que eram duas ações judiciais se consideradas todas as pessoas que já fizeram algum trabalho para mim?

Ambas ações não geraram sequer condenação, apenas reparação, e eram frágeis e contestáveis; uma eu perdi porque no dia estava na votação do Impeachment da Dilma, e a outra, vejam só,  não era nem diretamente contra mim, paciência.

A maioria das pessoas não entendem os termos técnicos do direito, portanto, pensam que se tratou de algo grave, afinal, “virou notícia na imprensa” então só pode ser “grave” e “deve ser verdade”.

Como se não bastasse, as pessoas comuns não imaginam a quantidade de manipulação ideológica que existe nestes processos. Aparelhamento de esquerda, para deixar uma dica, não é só na política, mas se soma com ela.

Não vou expor a natureza dos “processo” porque isso exporia pessoas que foram usadas, manipuladas pelos canceladores, e não é do meu feitio usar pessoas simples como instrumento.

O fato é que só com o que tinham em mãos, não poderiam me inviabilizar no Ministério do Trabalho, e com isso, teriam que engolir uma “anti-petista”, uma “bolsonarista”, numa posição de poder muito inconveniente para o seu projeto.

É nesse ponto que o vídeo ganha importância central na estratégia dos canceladores.

Cristiane Brasil na Lancha

Diante do cerco que eu sofria, me reuni com pessoas próximas e achamos por bem que era melhor eu me afastar por um período, nem que fosse só para aliviar a pressão de conhecidos e até desconhecidos, que por morarem próximos de mim, sofriam constantes investidas.

Uma amiga que ia para Angra, sugeriu que eu a acompanhasse, e permanecesse lá alguns dias.

No meio de um passeio em família, encontrei um grupo de empresários que também aproveitavam o dia para passear com a família.

Eles se solidarizaram comigo porque conheciam a natureza da hegemonia de esquerda dentro do governo, e principalmente no que concerne ao Ministério do Trabalho. Conheciam também a natureza dos processos contra mim, e sabiam da sua injustiça.

Eles me pediram para gravar um vídeo para circular em ambientes internos, queriam inocentemente mostrar que os empresários não são inimigos do Ministério do Trabalho, e dos trabalhadores honestos, mas esqueceram, como eu também não me atentei, que a esquerda marginalizou os empresários no Brasil durante décadas, e os vê como inimigos, como “parasitas”.

É um sinal de doença social grave, se pararmos para pensar, o fato da imprensa conseguir amesquinhar uma pessoa, pelo fato dela ter “sucesso”, por ser “empresária”, ou, por estar entre os empresários em um dia de descanso.

Quando foi que a vida do empresário bem sucedido foi criminalizada?

O resultado do vídeo da Cristiane Brasil no Barco

O vídeo caiu na militância de esquerda, um verdadeiro “banquete”; a chance de me apresentar como uma “burguesinha” a serviço dos “empresários maus” serviria para dissipar qualquer apoio público que viesse em meu socorro denunciar a trama sorrateira para me impedir de ser Ministra do Trabalho.

Não percebemos, no momento de gravar o vídeo, a potência do lobby que criminaliza a imagem do “sucesso” do “homem bem sucedido” e diviniza a pobreza como se o pobre quisesse permanecer pobre, e o rico fosse rico porque é “criminoso”.

Mas a esquerda é assim, vivem como marajás (esses sim bandidos), mas se filmam cultuando a pobreza.

Nos dias que se seguiram, fui chamada pela esquerda de “sapatão”, de “prostituta”, de “vagabunda”, até de “atriz porno”, isto é, usam como xingamento as “minorias” que fingem defender, só faltou xingar de petista.

A classe empresarial foi tachada de “playboys que não trabalham”, e a imprensa vermelha destilou seus preconceitos velados, e seu ódio a quem tem sucesso na vida, a bel-prazer.

Como superar um Cancelamento?

Passei por isso tudo porque sou culpada do “crime” de “ser conservadora”, ou seja, uma “potencial inimiga” da esquerda.

Se os canceladores descobrissem que na infância não devolvi uma borracha para uma colega, isso teria estampado a capa dos blogues de distribuição de calúnia, com títulos escandalosos e fotos onde eu estivesse com cara de má.

São truques pífios mas que dão resultado, como o truque do ilusionista que tira uma moeda de trás da orelha de alguém, já sabemos como é feito o truque, mesmo assim não vimos como foi o movimento.

Creio que as virtudes cardeais da coragem e da temperança, somadas as teologais da fé, esperança e caridade, impedem que o cancelamento penetre em nossa carne, e mantém todo o mal, ao menos, para além de nós.

A pior coisa do cancelamento é o sofrimento das pessoas ao nosso redor, afinal, muitas vezes sabemos o preço que estamos dispostos a pagar por nossos valores, mas esquecemos de pensar no preço que os outros vão pagar.

Graças a Deus minha família é forte e o suporte de amigos de iguais ou maiores virtudes que as nossas, nos fortalecem nos momentos difíceis.

A maior arma que Deus nos dá para combater a malícia demoníaca, é o humor. Não existe ardil maligno que não caia por terra quando somos capazes de dar boas gargalhadas do esforço do mal.

Eu já espero outras tempestades e não acredito em caminho fácil. Mas é como diz o ditado popular “se a vida lhe der limões, faça uma limonada”.

Estou estudando algumas propostas para criação de um programa de entrevistas, cujo título tem relação com o caso, acho que é uma forma de superar: rir de si, rir do mal, crer que somos instrumentos da Providência Divina, e que ela influenciará nossos caminhos.

Acima de tudo: rezar!