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Tarcísio tem dado show em suas entrevistas

Você já assistiu a uma entrevista do ex-ministro e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas? Se ainda não teve essa oportunidade, vale

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Redação Publicado em 05/06/2022, às 00h00 - Atualizado em 07/06/2022, às 15h09


Você já assistiu a uma entrevista do ex-ministro e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas? Se ainda não teve essa oportunidade, vale a pena perder uns minutos para observar o seu desempenho diante dos entrevistadores. E não se preocupe em escolher suas conversas com os órgãos de imprensa considerados simpáticos a ele. Não, eleja os “inimigos”, aqueles que não conseguem fazer uma única pergunta favorável.

Tarcísio é fera. Tem a resposta pronta para cada questão. Em certos momentos tentam colocá-lo contra a parede no caso das urnas eletrônicas. Querem saber se assim como o presidente Bolsonaro ele também duvida da lisura das eleições. Suas explicações são perfeitas. Inicia discorrendo a respeito das atribuições de cada um dos poderes da República, Judiciário, Legislativo e Executivo. Em seguida destaca a independência que gozam a partir das determinações da Constituição. E fecha defendendo a harmonia necessária entre eles. Só após estabelecer essas bases é que fala da importância do aprimoramento constante do processo eleitoral. Quando conclui, praticamente esgotou as possíveis brechas para que os jornalistas insistam na mesma questão.

Outro ponto levantado com frequência é sobre sua falta de familiaridade com os problemas de São Paulo. E, dentro da mesma esteira, fazem a acusação de má vontade do governo federal com esse estado. Ele destrói. Relaciona todas as obras do seu ministério – e impressiona muito. Depois fala da sua atuação nos empreendimentos nos mais diversos cantos do estado – e impressiona ainda mais.

Se algum jornalista pensou em puxar seu tapete, deve ter se arrependido. Nessa linha de confronto a imprensa chega a passar vergonha. E Tarcísio se comporta o tempo todo com muita tranquilidade, demonstrando confiança e competência. Nunca se altera, nem nos instantes em que a provocação que recebe parece gratuita.

Por que ele se sai tão bem nessas situações? Porque vai sempre muito preparado para responder a todas as questões. Sem contar a sua consistente linha de argumentação. Faz a lição de casa. Consegue prever que resistência encontrará para cada um de seus argumentos e a melhor estratégia para refutar às objeções.  Sua desenvoltura é tão impressionante que até os profissionais escalados para questioná-lo demonstram admiração diante das suas explanações.

Estar preparado, portanto, é fundamental para que uma pessoa possa se sair bem em um confronto de ideias. Ainda que o orador não seja articulado como o ex-ministro, se estiver pronto para enfrentar o questionamento que terá pela frente, também poderá se sair bem. Vamos analisar o exemplo da ex-presidente Dilma Rousseff.

A maioria concorda que a oratória nunca foi uma competência de Dilma. Na verdade, ela é bem ruinzinha. Diante do microfone mete os pés pelas mãos e não diz coisa com coisa. Mesmo com essa inconsistência verbal, em situações em que esteve bem preparada, conseguiu sucesso.

Se analisarmos, por exemplo, o seu desempenho nos debates que fez com Aécio Neves na campanha presidencial de 2014, veremos que ela sobreviveu com méritos. Dilma se preparou com tanta dedicação àqueles confrontos que conseguiu neutralizar as ofensivas do político mineiro. Para cada acusação que ele fazia, a petista tinha a resposta na ponta da língua. E, de maneira habilidosa, no final das explicações atacava o adversário. Como ele precisava se defender das críticas que recebia, não encontrava tempo na réplica para continuar pressionando.

Dessa forma, se Dilma não venceu os debates, pelo menos não saiu derrotada. Esse resultado prova que até pessoas com problemas de comunicação, quando bem preparadas, se saem bem nos embates oratórios.

Temos aí dois exemplos distintos. O do pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarciso Gomes de Freitas, que possui boa qualidade de comunicação, se prepara para os embates e conquista resultados excelentes. E o da ex-presidente, Dilma Rousseff, que mesmo tendo graves deficiências oratórias, por ter se preparado bastante, se ombreou com Aécio Neves, um político muito experiente.

Essa é a regra: preparo, preparo, preparo. E quando julgar que já está pronto, prepare-se ainda mais. Siga pelo Instagram: @polito

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