A maior resistência a esta ideia de renovação do comando partidário vem justamente da chamada “máquina petista”, aqueles que ocupam cargos importantes na
Redação Publicado em 19/09/2016, às 00h00 - Atualizado às 08h41
A maior resistência a esta ideia de renovação do comando partidário vem justamente da chamada “máquina petista”, aqueles que ocupam cargos importantes na estrutura do partido, mas não disputam a eleição e, na avaliação de petistas importantes, nem sempre compreendem as mudanças que estão acontecendo em todo o mundo.
– Quando o partido está no governo, quem dá a linha de pensamento é o governo; mas quando vai para a oposição, o comando para a militância vem do partido – diz um importante petista que defende a renovação do comando partidário.
Agora que perdeu a presidência da República e voltou à condição de partido de oposição, o PT busca se renovar e atrair novos quadros, novos líderes. E está sentindo a dificuldade de se conectar com a juventude, até mesmo com os jovens que estão indo para as ruas em movimentos como as manifestações “contra o golpe” ou “Ocupe Escola”. A conclusão é a de que os jovens estão dispostos a ir para as ruas lutar por suas bandeiras, mas não estão enxergando no PT o canal para isso.
– Antigamente, o caminho era o PT. Agora, há a concorrência de movimentos como o “Ocupe Escola” ou o PSOL, que têm atraído jovens, ou movimentos como o MTST, liderado por Guilherme Boulos, que mantém relação com o PT, mas não é do partido.
Neste debate, os petistas começaram a analisar o que se passa no mundo como consequência da explosão das redes sociais. Em reunião petista, Lindbergh Farias explicou que no passado, quando precisava mobilizar a juventude para uma manifestação, eram necessários pelo menos 15 dias. Os dirigentes iam para as escolas, convocavam reuniões de sala em sala até formar o grupo para garantir uma manifestação importante. Hoje, ele contou, isso é feito pelas redes sociais com poucos dias, sem a necessidade de deslocamento de ninguém.
A avaliação no PT é a de que houve significativo êxito na atuação de senadores do partido como Lindbergh Farias, Gleise Hoffman, Humberto Costa e Fátima Bezerra, além de Vanessa Graziotin (PC do B) no período do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Eles estiveram permanentemente em debate defendendo o discurso político do partido, incluindo aí, a narrativa de que houve “golpe” no afastamento de Dilma. A ideia é manter esta mobilização, envolvendo o conjunto do partido.
Por isso, Lula defende a renovação do comando petista e a substituição de Rui Falcão por alguém que possa fazer este embate. Porém, na falta de um nome que represente este novo momento e também que esteja fora do alcance da Lava Jato, há no partido os que acham que a missão deve mesmo recair sobre o ex-presidente Lula.
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