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Varíola dos Macacos: Brasil vai receber 50 mil doses da vacina contra a doença; saiba quando

As doses do imunizante serão adquiridas por meio de negociação com o Opas

EUA, Canadá e países europeus já iniciaram campanhas de vacinação contra varíola dos macacos - Imagem: Freepik
EUA, Canadá e países europeus já iniciaram campanhas de vacinação contra varíola dos macacos - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 29/07/2022, às 14h38


O Brasil deve receber 50 mil doses da vacina contra a varíola dos macacos (monkeypox) no primeiro lote distribuído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) às Américas. No total, os países da região serão contemplados com 100 mil imunizantes.

De acordo com a BBC, as doses serão adquiridas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS no continente. O Ministério da Saúde informou que mantém contato com a entidade para negociação dos imunizantes. Serão oferecidas doses de um imunizante de vírus inativado.

No entanto, não existe previsão exata de quando as primeiras doses devem chegar ao país. Apesar da urgência, as autoridades de saúde dos países das Américas estão negociando as datas de entrega das doses. Há a expectativa de que a disponibilidade ocorra ainda nas próximas semanas.

Especialistas acreditam que o decreto de emergência de saúde pública feito pela OMS em 23 de julho possa agilizar as compras dos imunizantes e os processos regulatórios, além de garantir a proteção a alguns grupos específicos.

O que é essa vacina?

Há quase 10 anos, a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic desenvolveu um imunizante a partir do vírus vaccinia, que pertence à mesma família do smallpox (o causador da varíola humana) e do monkeypox.

Os patógenos deste grupo (os orthopoxvirus) possuem uma espécie de "proteção cruzada. Isso significa que se uma pessoa se infecta com um deles, o sistema imunológico gera uma resposta capaz de bloqueá-los.

Como contém o monkeypox em sua composição, a vacina da Bavarian Nordic segue exatamente essa estratégia: ela traz o vírus vaccinia atenuado, que vai promover a imunidade cruzada.

Como o vírus é atenuado, ele não terá capacidade de se replicar pelas células humanas. Dessa maneira, a resposta imune age contra o monkeypox.

Nos Estados Unidos, o imunizante é conhecido como Jynneos. Já na Europa, o produto é chamado de Imvanex. Ambos são aplicados no esquema de duas doses, com um intervalo de quatro semanas entre a primeira e a segunda.

A Nordic está ampliando sua capacidade produtiva e está considerando iniciar uma operação emergencial, mantendo a fabricação por 24 horas ao dia, para atender o aumento da demanda por doses, informou o site Bloomberg.

Campanhas de vacinação ao redor do mundo

Até o momento, a vacinação contra a varíola dos macacos começou apenas em alguns países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá.

A União Europeia fechou um acordo com a Bavarian Nordic para a disponibilização de 110 mil doses. Já os EUA possuem um estoque de 800 mil unidades da Jynneos/Imvanex, de acordo com o jornal The New York Times.

O Reino Unido também já iniciou a campanha de vacinação e definiu três grupos prioritários para receber as primeiras doses: profissionais da saúde; gays, bissexuais e pessoas com relacionamento homoafetivo; pessoas que tiveram contato com infectados pela monkeypox.

Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, o país possui 1.066 casos confirmados de varíola dos macacos. Mais de 700 pacientes identificados com o vírus estão localizados em São Paulo. Em seguida, destaca-se o Rio de Janeiro, com 117 casos. E Minas Gerais com 44 pacientes infectados.

Além desses locais, diversos estados já registram transmissão comunitária, ou seja, aquela em que o paciente não sabe de quem pegou o vírus.

Na cidade de São Paulo, as autoridades de saúde anunciaram que foram identificados os primeiros casos da doença em crianças.

A varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como por exemplo, roupas de cama. No entanto, cerca de 95% dos novos casos até agora foram transmitidos por meio de relação sexual.

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