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Mortes Por Leptospirose

Oitava morte por leptospirose é confirmada no Rio Grande do sul; saiba sintomas e riscos

Risco de morte pode chegar a 40% nos casos mais graves

Vítima tinha 31 anos de idade - Imagem: Reprodução / Freepik
Vítima tinha 31 anos de idade - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 01/06/2024, às 16h37


A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou na noite de sexta-feira (31) a oitava morte por leptospirose relacionada às enchentes que recentemente afetaram o estado. A vítima, um homem de 31 anos, era morador de São Leopoldo e foi exposto à água contaminada durante o desastre. A confirmação do diagnóstico veio após análise do Laboratório Central do Estado (Lacen-RS) em Porto Alegre.

Segundo o informe epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS), outras 12 mortes estão sob investigação. Desde as enchentes, foram notificados 2.548 casos de leptospirose, com 148 confirmações até o momento, representando 5,8% dos casos.

O que é leptospirose?

A leptospirose é uma doença bacteriana infecciosa aguda transmitida principalmente através da urina de animais infectados, como ratos. A infecção ocorre quando a bactéria entra em contato com a pele ou mucosas, frequentemente através de água ou lama contaminada. As enchentes aumentam significativamente o risco de infecção.

Os sintomas surgem geralmente entre cinco e 14 dias após a exposição, podendo levar até 30 dias para se manifestar. Eles incluem febre, dor de cabeça, fraqueza, dores musculares (especialmente nas panturrilhas) e calafrios. A população é orientada a buscar atendimento médico imediatamente ao notar esses sinais. Nos locais sem acesso a serviços de saúde, qualquer profissional de saúde disponível em abrigos ou ginásios pode oferecer assistência inicial.

Além dos sintomas iniciais, a Secretaria de Saúde alerta para sinais mais graves como tosse, dificuldade respiratória, alterações urinárias, vômitos frequentes, icterícia, escarros com sangue, arritmias e mudanças no nível de consciência. Nos casos mais graves, a letalidade da doença pode alcançar até 40%.

Medidas preventivas

Para prevenir a infecção, é essencial evitar contato com água de enchentes. Se o contato for inevitável, recomenda-se o uso de luvas, botas de borracha ou sapatos impermeáveis. Na falta desses itens, sacos plásticos duplos podem ser utilizados sobre calçados e mãos. É crucial não consumir água ou alimentos que possam ter sido contaminados pelas cheias.

Pessoas com cortes ou arranhões na pele devem evitar contato com água contaminada e manter os ferimentos cobertos. Qualquer pessoa que tenha estado em contato com água ou lama contaminada e apresente sintomas deve procurar uma unidade de saúde imediatamente.

Para aqueles com sintomas compatíveis e que vieram de áreas afetadas, o tratamento medicamentoso deve ser iniciado de imediato, e uma amostra para análise laboratorial deve ser coletada a partir do sétimo dia de sintomas.

Orientações da Secretaria de Saúde

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, reforçou a importância do tratamento imediato em vídeo divulgado nas redes sociais: “Mexeu na lama, andou na água da enchente e teve sintomas de leptospirose? Procure um atendimento de saúde, pois tem tratamento e temos medicações suficientes. O tratamento não pode esperar, não fique em casa achando que vai passar, pois isso pode se transformar numa doença grave”. Confira aqui o vídeo completo.

A Secretaria da Saúde publicou o Comunicado de Risco - Leptospirose e Acidentes com Animais Peçonhentos, focando nos sintomas e procedimentos de coleta para análise laboratorial. Também disponibilizou um Guia de Consulta Rápida para a vigilância, com informações sobre manifestações clínicas, diagnósticos e condutas diante de casos suspeitos.

Além disso, foi publicada uma versão atualizada do Guia Básico para riscos e cuidados com a saúde após enchentes, oferecendo orientações sobre prevenção, limpeza e higienização de casas, pátios, roupas e alimentos, abrangendo várias doenças potencializadas por alagamentos, como tétano, hepatite A, raiva, acidentes com animais peçonhentos e doenças diarreicas.

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