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Chikungunya

Estudo divulga que é possível prever epidemias de chikungunya

Estudo revela a presença silenciosa do vírus da chikungunya em comunidades, destacando a importância da vigilância para prever possíveis epidemias

Mosquito aedes, responsável pela transmissão da Chikungunya - Imagem: Reprodução / Mundo Educação
Mosquito aedes, responsável pela transmissão da Chikungunya - Imagem: Reprodução / Mundo Educação

Sabrina Oliveira Publicado em 09/05/2024, às 11h11


Conhecido por desencadear surtos devastadores, o vírus da chikungunyarevela agora uma faceta mais sutil. Uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto revelou que o vírus circulou secretamente por anos na cidade do interior paulista, desencadeando inicialmente apenas alguns casos da doença e gradualmente intensificando suas infecções. 

Essa descoberta enfatiza a necessidade urgente de ações de monitoramento para prevenir futuras epidemias e a importância de estudos epidemiológicos abrangentes, monitoramento genômico, controle de mosquitos e vigilância epidemiológica para preparar-se adequadamente para potenciais epidemias.

A pesquisa, financiada pela FAPESP, acompanhou 341 residentes do bairro Vila Toninho por quatro anos, entre 2015 e 2019. Integrada a um projeto maior, também apoiado pela Fapesp, que monitorou infecções por dengue, zika e chikungunya na região, a pesquisa utilizou amostras de sangue e dados oficiais sobre a presença do vírus em mosquitos para suas análises.

Os resultados revelaram uma discrepância alarmante entre os casos oficialmente confirmados de chikungunya e a verdadeira prevalência da doença na comunidade. Enquanto apenas 41 casos foram confirmados entre 2015 e 2019 em uma população de 470 mil habitantes, a proporção de infecções de chikungunya, conforme indicado pelas amostras de sangue, aumentou significativamente ao longo dos anos de acompanhamento.

Além disso, a pesquisa identificou uma subnotificação substancial da doença, devido à alta incidência de casos assintomáticos e à dificuldade de distinguir entre chikungunya e dengue devido a sintomas semelhantes. Nogueira destaca que a fase crônica da chikungunya, caracterizada por dores articulares debilitantes, representa um desafio adicional para o sistema de saúde.

Desde sua introdução no continente americano em 2013, o vírus da chikungunya tem sido uma preocupação crescente, com mais de 900 mil casos confirmados no Brasil até 2020. A dispersão geográfica do vírus se intensificou, com todos os estados brasileiros agora relatando transmissão do arbovírus.

Diante desse cenário complexo, Nogueira enfatiza a necessidade de uma vigilância sanitária vigorosa, destacando que a natureza das epidemias pode variar significativamente entre diferentes regiões e países. Para mais informações sobre o estudo, acesse: https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0012013.

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