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Polêmica

Bebê com febre e enjoo morre após tomar injeção e mãe suspeita de crime cometido por médicos

A tragédia aconteceu na Praia Grande, no Litoral Sul de São Paulo

A mãe da criança apontou para 'negligência médica' - Imagem: reprodução/TV Globo
A mãe da criança apontou para 'negligência médica' - Imagem: reprodução/TV Globo

Mateus Omena Publicado em 08/03/2023, às 11h30


Uma bebê de um ano que apresentava febre e enjoo morreu 5 horas depois de ter tomado uma injeção na veia em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

A tragédia aconteceu no sábado (5), em Praia Grande, no litoral de São Paulo, informou a TV Tribuna.

Em entrevista à TV Globo, a mãe Raphaela de Carvalho, de 22 anos, afirmou que a pequena Laís Isabela da Silva recebeu uma medicação na veia e, depois de algumas horas, sofreu cinco paradas cardiorrespiratórias. A menina não resistiu e morreu. A prefeitura da cidade está investigando o caso.

“Meu mundo, meu chão, minha vida, tudo acabou. Estou sem rumo. Eu nunca imaginei viver sem minha filha, muito menos enterrar minha filha. Horas antes ela estava ótima. Eu estou literalmente destruída e acabada. Minha vida acabou", lamentou a mãe.

A ajudante geral Raphaella suspeita que a filha tenha sido vítima de "negligencia médica". Segundo a mãe, a menina acordou vomitando e com febre. "Mediquei em casa com dipirona e dramin, e ela ficou sonolenta por conta do remédio contra enjoo".

Quando notou que Laís estava sonolenta, Raphaela decidiu levá-la à UPA Samambaia, por volta das 10h. Na unidade, de acordo com ela, o pediatra examinou a bebê e a diagnosticou com virose.

“À noite, ela [Laís] estava ainda mais sonolenta, chorando, reclamando e mamando. Voltei na UPA umas 23h30. Outro pediatra disse que era normal, e que iria passar um remédio para ela dar uma acordada [não sabe qual foi a medicação] e um soro”, disse.

De acordo com Raphaela, após a filha ter sido medicada, a boca dela ficou seca, o rosto pálido e a menina "não queria mais se mexer, ficou mole".

Ela disse que foi à enfermaria mostrar aos profissionais como a filha havia reagido a medicação. “A enfermeira olhou e disse que realmente a minha filha não estava bem. Eu comecei a chorar e fiquei apavorada. A enfermeira procurou pelo médico, ele chegou e disse: corre para a emergência e já intuba".

Segundo a mãe, após três horas sem notícias, já na madrugada de sábado (4), o médico informou que o estado de saúde da menina era "muito grave".

“Ela teve três paradas cardíacas e ele [o médico] veio querendo jogar a culpa em mim, perguntando se a minha filha tinha caindo ou se alguém tinha chacoalhado ela com força. Eu respondi que não, que ela estava ótima, que só estava vomitando”.

O médico disse que não estava conseguindo confirmar o motivo das paradas cardíacas, contou Raphaela. Na sequência, após realizar exame de raios X, ele teria retornado com a informação de que metade do pulmão da paciente não estava funcionando. “Ele disse que poderia ser uma pneumonia mal curada ou tuberculose. Minha filha nunca nem tossiu e não ficou gripada”.

Assim que informou a mãe sobre o estado de saúde de Laís, o médico autorizou a entrada de Raphaela, para que ela ficasse com a filha, que já estava entubada. “Ver minha filha naquele estado foi uma das piores cenas da minha vida”.

A mulher passou alguns minutos perto da filha e, depois, os médicos entraram na sala. Ela precisou deixar o local e só foi comunicada sobre a filha às 4h20, quando uma médica informou a morte de Laís. “Eu fiquei sem acreditar. Eu estou vivendo um inferno sem minha pequena".

"Eu entrei com a minha filha e sai sem ela. Veio outra pediatra falando que ela tinha falecido, que eles [a equipe médica] tinham feito de tudo, mas ela deve três paradas e depois mais duas paradas cardíacas”.

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