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Segurança pública

Governo de SP toma importante decisão sobre as câmeras nos uniformes dos policiais

O Secretário de Segurança pública do estado anunciou a medida nesta terça-feira (10)

Governo de SP toma importante decisão sobre câmeras nos uniformes de policiais militares - Imagem: reprodução / Instagram @guilhermederrite
Governo de SP toma importante decisão sobre câmeras nos uniformes de policiais militares - Imagem: reprodução / Instagram @guilhermederrite

Nathalia Jesus Publicado em 10/01/2023, às 12h14


O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou na manhã desta terça-feira (10) que a gestão atual da capital paulistana não vai extinguir o programa "Olho Vivo", que instala câmeras corporais nas fardas de policiais militares.

Na semana passada, em entrevista à rádio Cruzeiro, da cidade de Sorocaba, o secretário disse que uma de suas primeiras medidas no cargo seria rever o programa. Para isso, Derrite solicitou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) a análise do estudo que mostra que o uso das câmeras corporais evitaram 104 mortes de policiais militares de São Paulo, número que equivale a uma redução de 57% na mortalidade em relação ao mesmo período do ano anterior a que o programa entrou em vigor.

Depois da afirmação, procuradores compartilharam uma manifestação que se posicionou contrária a revisão, dizendo que a retirada das câmeras poderia ser interpretada como uma "licença para matar".

Mudança de opinião

Em entrevista ao 'Bom Dia SP', no entanto, o Secretário da Segurança voltou atrás na declaração e afirmou que o programa "Olho Vivo" seguirá em vigor em São Paulo.

"Não iremos acabar com o programa Olho Vivo das câmeras. Não iremos, é o meu compromisso e do governador", afirmou Derrite.

Na entrevista o secretário acrescentou que a atual gestão da capital paulista pretende ampliar as funcionalidades do equipamento:

"Ela foi instalada com uma intenção de fiscalização e controle que é aceitável, tem sua funcionalidade. Nós queremos, além da fiscalização e controle, acoplar a câmera do policial ferramentas que vão combater o crime. Como por exemplo, leitura de placa de veículos roubados. Isso pode ser instalado na câmera."

Ao longo de toda a campanha eleitoral, a retirada das câmeras corporais era uma as pautas mais enfatizadas tanto por Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto pelo próprio Guilherme Derrite.

Na época em que o programa foi instaurado em São Paulo, o atual secretário da Segurança afirmou em uma publicação em suas redes sociais que o governo paulista era inimigo da polícia.

A letalidade da polícia

Em outubro de 2022, o Instituto Sou da Paz divulgou uma pesquisa que mostra uma queda de 49,8% de vitimados em ações policiais. Enquanto o número de mortos por agentes de segurança pública bateu a casa dos 420 no primeiro semestre de 2018, 221 pessoas foram vítimas letais no mesmo período de 2022.

O estudo analisou os dados segmentados de todo o estado, com números da capital, Grande São Paulo e interior. Mesmo com a redução, em todas as análises o interior ainda lidera o número de vítimas fatais de ações policiais.

De acordo com dados divulgados pela própria Secretaria de Segurança Pública (SSP), a letalidade policial caiu cerca de 40% nos últimos cinco anos em São Paulo.

Somente em 2017, 941 pessoas morreram em ações de agentes civis e militares em atividade ou de folga. Em 2022, foram 570.

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