Diário de São Paulo
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Pedro Canário (ES)

Policiais se explicam após matarem jovem rendido à queima-roupa

Um vídeo com imagens fortes flagrou a ação dos PMs contra o adolescente de 17 anos

Confira a versão dos policiais que mataram jovem rendido à queima-roupa - Imagem: reprodução redes sociais
Confira a versão dos policiais que mataram jovem rendido à queima-roupa - Imagem: reprodução redes sociais

Vitória Tedeschi Publicado em 02/03/2023, às 11h32


Os cabos e um soldado envolvidos na morte de Carlos Eduardo Rebouças Barros, o adolescente de 17 anos que mesmo rendido foi morto com tiros à queima-roupa, disseram que estavam perseguindo suspeitos de tráfico de drogas no bairro São Geraldo, em Pedro Canário (ES), após denúncia anônima.

Além disso, de acordo com a Folha Vitória, que teve acesso ao boletim de ocorrência, os policias afirmaram que o suspeito foi morto após tentar sacar uma arma durante a abordagem. Contudo, as imagens que circulam nas redes sociais podem divergir dessa versão.

Ainda de acordo com o documento, ao cercarem a casa, um dos cabos afirma que foi pedido para que Carlos largasse a arma, mas ele teria disparado quatro vezes em direção ao militar, que respondeu atirando seis vezes.

O boletim diz que o policial não soube precisar se os disparos atingiram o rapaz pois ele continuou em fuga, pulando muros de casas da vizinhança. A perseguição teria continuado até que o jovem atirou novamente duas vezes na direção do militar que revidou com mais quatro disparos.

Além disso, o agente disse ainda que, nesse momento, viu o rapaz cair com a arma na mão. Foi pedido novamente para que ele largasse a pistola, no que foi atendido. Um soldado que acompanhava a operação, aproximou-se do suspeito e conseguiu pegar a pistola, que estava com oito munições no carregador e uma na câmara da arma.

O depoimento gerou repercussão, isso porque nas imagens é possível ver Carlos Eduardo Rebouças Barros, sentado, encostado em um muro, e o momento em que ele levanta, vai até um dos três militares que participam da ação, que parece mandar ele voltar.

Até que a vítima dá três passos para trás e nesse momento, mesmo com o suspeito rendido, o PM atira à queima-roupa, ao menos duas vezes, sem possibilidade de defesa.

Relembre o caso

Uma câmera de segurança registrou o momento em que um adolescente de 17 anos, que já estava rendido, é executado com tiros à queima-roupa por um policial militar (veja o vídeo no fim da matéria). O caso foi registrado na última quarta-feira (01), no município de Pedro Canário, na região Norte do Espírito Santo.

No vídeo, que contém imagens fortíssimas, após efetuar os diparos é possível ver que o policial que atirou arrasta o homem, que não reage, para dentro de um imóvel, de onde o terceiro militar saiu. Os outros dois militares parecem não reagir com os disparos.

Após a repercussão do caso, o governador Renato Casagrande (PSB), utilizou as redes sociais para afirmar que já recebeu as imagens e determinou que sejam tomadas as providências imediatas à apuração do caso.

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Renato Casagrande (PSB) disse que determinou que sejam tomadas as providências imediatas à apuração do caso / Imagem: reprodução Twitter

De acordo com o comandante-geral da PM, os três policiais foram detidos e levados para serem ouvidos no 13º Batalhão de São Mateus, para a confecção de um auto de prisão em flagrante.

Diante desses indícios, a Polícia Militar efetuou a detenção dos três militares. Recolheu o vídeo e o boletim de ocorrência. Os três estão sendo ouvidos na sede do 13º Batalhão de São Mateus. Está sendo confeccionado um auto de prisão em flagrante desses policiais. Eles serão trazidos, presos, para o presídio militar (no Quartel de Maruípe, em Vitória) e, posteriormente, a prisão será comunicada ao juiz auditor", explicou o coronel ao g1.

IMAGENS FORTES:

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