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Números de estupros no Brasil em 2022 registram marco histórico

Um levantamento da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública esclareceu os tristes detalhes

Casos de estupro no Brasil em 2022 registraram o maior número da história. - Imagem: reprodução I Freepik
Casos de estupro no Brasil em 2022 registraram o maior número da história. - Imagem: reprodução I Freepik

Juliane Moreti Publicado em 20/07/2023, às 16h43


Nesta quinta-feira (20), uma pesquisa revelou que os casos de estupro no Brasil em 2022 registraram o maior número da história, totalizando 74.930 vítimas contabilizadas através de ocorrências policiais.

O levantamento foi feito a partir da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e mostra que foram 6.244 casos por mês e 205 crimes por dia

Claro que nem todos os tristes acontecimentos chegam às autoridades, por isso, os números podem ser maiores, de acordo com informações do portal G1.

Comparando 2022 com o ano de 2021, existiu o crescimento de 8,2%, já que naquele ano as ocorrências totalizaram 6.885. 

Em relação aos detalhes, são cerca de 36 casos de estupro a cada 100 mil habitantes, sendo o estado do Amazonas (37,7%) o destaque, ficando à frente de Roraima (28,1%) e Rio Grande do Norte (26,2%). 

Além disso, 6,4% das vítimas tinham no máximo 13 anos, portanto, justamente estupro de vulnerável é o maior tipo do crime, passando de 52.057 para 56.829 casos em 2022. Ainda nesse quesito, 56,2 % das vítimas são negras, registro que fica em primeiro lugar, com os brancos em segundo: 43%. 

O perfil das pessoas que sofreram a violênica também é um choque, porque 61% tinham no máximo até 13 anos; 33% entre 0 e 13 anos; 17,7% das vítimas tinham entre 5 e 9 anos e, por fim, 10,4% eram bebês e crianças de até 4 anos. 

Infelizmente, os agressores mais relatados são os próprios familiares ou até mesmo pessoas conhecidas que costumam realizar o crime enquanto ficam sozinhas com a vítima. 

''Realmente houve uma explosão de casos e, quando olhamos os dados com desagregação, notamos que o que mais cresceu foi estupro de vulnerável, que em sua maioria atinge crianças'', comenta Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Uma das hipóteses que trabalhamos, a partir dos estudos de outros países, é que o fechamento das escolas ampliou a vulnerabilidade de crianças tanto de violência sexual, abuso sexual, quanto maus-tratos'', explica. 
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