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O Livro que é Escrito numa Árvore: A História da Família!

Bienal do Livro em São Paulo, 2022 - Imagem: Divulgação| Grupo Bom Dia
Bienal do Livro em São Paulo, 2022 - Imagem: Divulgação| Grupo Bom Dia

Fabricio Caruso Publicado em 18/07/2022, às 08h33


A Bienal do Livro em São Paulo com certeza se tornou um marco na história pelo sucesso que fez, pelo público que recebeu e pelo que despertou nas pessoas que lá estiveram. Evento relevante com presença de figuras como criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa na abertura, Abel Ferreira, português técnico do Palmeiras no meio da semana, e Xuxa no encerramento. Além, é claro, de referências da academia e escritores, personalidades e autoridades, como o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o Governador de São Paulo Rodrigo Garcia, e o prefeito da capital Ricardo Nunes. Mas não vim aqui escrever uma matéria sobre a Bienal. Estive por lá num dia sem badalação para comprar um livro de pano para meu filho, que completará um aninho em breve.
Há um ano, minha árvore teve um fruto, meu filho Benício entrou para a história da minha família, e minha família entrou na história dele, tanto quanto da minha esposa e da família dela, tornando-nos uma mesma árvore da vida. Mais um capítulo no livro das nossas vidas se escrevia a partir do nascimento do nosso filho, nossa árvore genealógica aumentava.
Escrevo essa reflexão, pois me deparei dentro da Bienal do Livro com o estande do Family Search. Mas o que é isso? Uma entidade sem fins lucrativos dos Mórmons, fundada nos EUA há 128 anos. Eles inspiram pessoas em todos os lugares a se conectarem com sua família, por gerações, oferecendo gratuitamente seus mais de 5 mil centros de pesquisa de história da família a todos, independente de tradição, cultura ou afiliação religiosa, ajudando milhões de pessoas em todo o mundo a descobrir sua herança e a se conectar com seus familiares. O trabalho deles é mundial e envolve a colaboração de mais de 10 mil arquivos e parceiros em mais de 100 países.
Tudo muito lindo, mas meu faro curioso quis saber mais, e fui falar com o pessoal no estante e entender como eles têm essas informações todas, e foi aí que mais uma vez fiquei surpreendido e feliz, pois meu espírito público se sentiu satisfeito, tive a percepção da política pública ali executada. Eles fazem termos de cooperação com entidades públicas e doam a digitalização de documentos de forma profissional, dando aos entes públicos a salvaguarda da história, que num incêndio poderia dizimar, como aconteceu na Cinemateca, em São Paulo, e no Museu Nacional, no Rio de Janeiro há alguns anos. Ainda no Rio de Janeiro nesse ano, houve um foco de incêndio no Arquivo Nacional, mas lá não teve consequências, pois já houve o termo de cooperação e o trabalho do Family Search.
Para o Gestor Público é uma benção, economiza muito dinheiro público (dos pagadores de impostos, ou seja, de todos nós), ainda mais com preço público das atas de compras sendo sempre muito superior ao preço de mercado. Além disso, nada fere a tão falada LGPD, e mais, a conservação é obrigação descrita na Constituição Federal, e o gestor público pode se proteger de sanções de lei federal que enquadram como crime a não preservação de documentos históricos.
Sabendo disso tudo, em tempo de liberdade, eu não podia, com espaço público de informação, por meio dos meus artigos que são publicados em jornal tradicional e histórico, como o Diário de São Paulo, e o meu espírito, formação e tempo de serviço prestado ao setor público, de dar a minha contribuição voluntária e dando ainda mais luz a essa ação nobre do Family Search. Conheçam: familysearch.org
Sempre em meus artigos remeto a dois fundamentos que tenho: liberdade e tempo. O principal símbolo que sintetiza e melhor representa o tempo é a árvore. Aqui falo da árvore da família, do tempo eternal. “Portanto, para quem semeia amor toda terra é fértil. Plante, renove as esperanças, e se encante com o seu ato de plantar.” Filosofia Guaracyana.

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