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Rodrigo Constantino: Que jornalismo é esse?

O povo cubano, cansado da miséria agravada pela pandemia, mas criada pelo socialismo, saturado com a falta de liberdade e do básico em saúde, foi às ruas

Rodrigo Constantino: Que jornalismo é esse?
Rodrigo Constantino: Que jornalismo é esse?

Redação Publicado em 15/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h50


Que jornalismo é esse?

Rodrigo Constantino

O povo cubano, cansado da miséria agravada pela pandemia, mas criada pelo socialismo, saturado com a falta de liberdade e do básico em saúde, foi às ruas protestar. Para a surpresa de ninguém, a esquerda radical brasileira não ficou ao lado do povo cubano, mas sim do regime opressor ditatorial. Os suspeitos de sempre manifestaram seu apoio incondicional à “revolução”, que já matou milhares de pessoas no paredão, outros milhares que tentaram fugir em qualquer coisa flutuante para Miami, e mais alguns milhares de fome e péssimo atendimento hospitalar.

A embaixada chinesa do Brasil publicou uma nota asquerosa: “A China se opõe firmemente à interferência estrangeira nos assuntos internos de Cuba, apoia firmemente o que Cuba tem feito na luta contra o COVID-19, melhorando a vida das pessoas e sustentando a estabilidade social”. E colocou a culpa nos Estados Unidos: “Como o lado cubano apontou, o embargo dos Estados Unidos é a raiz da escassez de remédios e energia em Cuba”.

Essa foi a tônica de todo comunista, ignorando que o embargo – não há bloqueio algum – é apenas para empresas americanas, sendo que empresas do mundo todo são livres para praticar comércio com a ilha-presídio caribenha. No mais, essa mesma patota chama a globalização “neoliberal” de “exploração estadunidense”, ou seja, o capitalismo seria a exploração ianque, mas Cuba é miserável pela falta… da exploração americana! Comunista nunca teve coerência mesmo.

A comunista Manuela D’Ávila adotou a mesma ladainha chinesa, culpou os americanos, e se disse defensora da liberdade, mas… colocou um “mas” logo depois: “Eu defendo a liberdade em todos os lugares do mundo. Mas sei que o que está em jogo não é isso. É a luta por esmagar uma pequena ilha rebelde, que ousa, nas barbas dos Estados Unidos, construir um sistema diferente”.

Lula foi mais longe e chamou as manifestações corajosas de cidadãos desarmados contra um regime assassino de “passeata” e “conversa” com o “presidente”. Lula é o maior defensor da tirania cubana no Brasil, e vale lembrar que jornalistas o chamam de “moderado de centro”. CUT, UNE, MST, sindicalistas em geral, todos os vermelhos saíram em defesa da ditadura cruel. Mas não há comunistas no Brasil, dizem nossos jornalistas!

Para nossa imprensa, não pode chamar quem defende abertamente o comunismo de comunista, mas pode xingar de fascista quem simplesmente está à direita de um tucano, ou de genocida quem tem dúvidas sobre a eficácia do lockdown e da vacina chinesa. É a mesma imprensa que publica uma chamada dessas: “É errado relacionar a opressão nos protestos ao comunismo, diz especialista”. É errado relacionar o calor ao sol, diz especialista. É errado relacionar a quimioterapia ao câncer, diz especialista. E a única certa: é errado relacionar o UOL ao jornalismo! É pura militância esquerdista mesmo.

Viralizou uma “reportagem” de 2013 do G1, da Globo, que dizia: “Crise em Cuba pode ter diminuído diabetes e doenças do coração”. O subtítulo continha uma pitada de sadismo: “População perdeu peso ao comer menos e andar mais a pé”. O site descobriu a dieta mais eficiente que existe: passar fome! Talvez eles possam encontrar benefícios na Coreia do Norte, o regime comunista mais fechado do planeta…

Eis a triste verdade: ainda há muito comunista no Brasil, e eles são influentes na política e no jornalismo. Chamam o ditador cubano de presidente, calam-se diante das prisões arbitrárias de jornalistas, e chegam a defender o regime opressor com paixão. Filipe G. Martins, assessor da Presidência, resumiu bem: “Na Nicarágua, comunistas prendem os líderes da oposição. Em Cuba, comunistas massacram o povo nas ruas. Na Venezuela, comunistas promovem ataques armados contra opositores. No Brasil, Lula defende todas essas atrocidades enquanto tenta se vender como defensor da democracia”. E não faltam jornalistas que compram a valor de face essa narrativa absurda. Que jornalismo é esse?!

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