A chapa Lula-Alckmin realmente vai acontecer?
Redação Publicado em 04/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h02
A chapa Lula-Alckmin realmente vai acontecer?
Por Kleber Carrilho
Trago um tema que tem se mostrado frequente nas últimas semanas: a possiblidade de que Lula e Alckmin estejam na mesma chapa em 2022, com o ex-presidente encabeçando e o ex-governador paulista sendo a saída de segurança.
Por que, por mais estranha que pareça, há viabilidade nessa composição? São vários os motivos e os personagens envolvidos, que tento explicar agora.
Há muitos fiadores da aproximação, entre eles gente importante como Gilberto Kassab, dono do PSD, Márcio França, por parte do PSB, e alguns outros líderes do Centrão.
Para todos eles, ter Lula na Presidência é mais previsível do que ter Bolsonaro, com todos os riscos que o atual presidente trouxe, principalmente ao se distanciar dos ambientes de relevância internacional. Além disso, ao não ter controle da “ala ideológica” e do gabinete do ódio, Bolsonaro manteve muitos dos aliados amedrontados durante os últimos anos.
Por sua vez, o PT sabe que uma composição de chapa à esquerda é inviável e que, assim como em 2002, vai ser necessário fazer uma aliança com algum conservador para conseguir garantir que, se ganhar, vai tomar posse. Portanto, uma ideia é ter o mais confiável dos conservadores por perto, que, além de tudo, pode garantir uma entrada eleitoral em um território que Lula não tem: o interior de São Paulo.
Lançada como um teste há alguns dias, a ideia foi anunciada para que se verificasse a recepção. E, aparentemente, as críticas ficaram muito mais entre os próprios petistas “de carteirinha” que, mesmo tristes neste momento, não vão deixar de fazer campanha em 2022. Afinal, pediram voto para Dilma com a companhia mais do que indigesta de Temer.
Para Alckmin, é uma maneira de sair do PSDB e aterrissar no PSB ou no PSD mantendo a relevância, olhando para a sucessão (2026 ou 2030) como uma possibilidade de chegar à Presidência, que já foi tentada em 2006.
E, só para finalizar por agora, para o mercado financeiro e a elite desconfiada das intenções de Lula, uma chapa dessas manteria a possiblidade de, com um movimento rápido, colocar alguém mais próximo na cadeira, mesmo antes do fim do mandato. Alckmin seria um Temer mais sorridente.
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