A banalização da família
Redação Publicado em 12/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 19h24
A banalização da família
Marcus Vinícius De Freitas
Professor Visitante, China Foreign Affairs University
Senior Fellow, Policy Center for the New South
Tenho, anualmente, a oportunidade de ministrar aulas na França, abordando, particularmente, os cenários econômicos e políticos de várias partes do mundo. Trata-se de uma experiência muito enriquecedora porque analisamos as várias possibilidades e desafios existentes.
Numa das viagens, durante o inverno, no trajeto no trem de alta velocidade (TGV) de Paris a Bordeaux, na costa ocidental da França, comecei a observar nos galhos das árvores secas vários ninhos de pássaros. Apesar da alta velocidade, contei centenas de ninhos, sempre localizados na parte mais elevada das árvores. Ficou claro que o objetivo era um só: a proteção familiar. Ao colocarem os ninhos nos pontos mais elevados, os pássaros distanciam as crias de possíveis predadores e conseguem, assim, proteger suas famílias. Além disso, os pais se tornam os únicos e exclusivos responsáveis pela criação, alimentação e proteção dos filhotes numa etapa fundamental da vida. Pais cuidadosos protegem suas famílias.
Martinho Lutero afirmou que “a família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos.” Tanto um resultado como outro dependem de como família é cultivada e tratada. Protegê-la é, sem dúvida, o grande desafio deste século, particularmente diante dos ataques que sofre continuamente. Padrões menos elevados de convivência social, vocabulário empobrecido, tolerância à banalização da vida e dos relacionamentos, drogas, aceitação da corrupção política e da imoralidade são alguns dos ataques que as famílias sofrem diariamente. Victor Hugo, com inteligência, afirmou “quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo, mas sim a família.” É preocupante observarmos a decomposição do tecido familiar de nossa sociedade que, para piorar a situação, muitas vezes, importa e absorve de outros países ideais equivocados e predadores do relacionamento familiar.
O ataque diuturno à família é incrementado pela ausência dos pais na educação dos filhos. Em razão da necessidade de trabalhar horas a fio para poder sustentar a família – também pelo custo e ausência do Estado em prover serviços de qualidade ao cidadão e às famílias, como saúde e educação – tem-se colocado em perigo o futuro da nação.
Não adianta querer terceirizar-se a educação de uma sociedade. A função de educar é primordialmente da família. Escolas têm a função de informar, não de educar. O mesmo se dá com as igrejas, que têm a missão de oferecer uma amplitude espiritual para a vida. Nem escolas nem igrejas podem ou devem assumir a função que é primária dos pais. Ao deteriorar-se esta que é a mais importante célula de uma sociedade, teremos um país cada vez combalido, violento e sem futuro.
Volto àqueles ninhos de pássaros no caminho de Bordeaux. Aqueles que quiserem proteger seus filhos, netos, bisnetos contra as intempéries da vida tem de criá-los em lugares protegidos. Será que o Brasil é um lugar assim? Se não é, o que faremos para mudar o país? Vale a pena refletir neste início de ano o que fazer para solidificar as famílias. Do sucesso deste empreendimento depende o futuro do Brasil como nação.
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