Linhas de frente de batalha se estendem por mais de 1000 km
Redação Publicado em 02/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 11h27
A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, ao Parlamento de Luxemburgo em discurso por vídeo nesta quinta-feira (2).
“Temos que nos defender contra quase todo o Exército russo. Todas as formações militares russas preparadas para o combate estão envolvidas nessa agressão”, disse ele, acrescentando que as linhas de frente de batalha se estendem por mais de 1.000 quilômetros (km).
Zelenskiy, pediu ao Ocidente que aumente o envio de armas ao país, para levar a guerra contra a Rússia a um “ponto de inflexão” que permita a Kiev vencer o conflito.
Em discurso por videoconferência no fórum Globsec 2022, realizado em Bratislava, capital da Eslováquia, o líder ucraniano afirmou que as divisões na Europa criaram oportunidades para a Rússia explorar, mas disse que Kiev agradece pela assistência enviada pelo Ocidente ao país até agora.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia certamente não venderá seu petróleo com prejuízo. Acrescentou que os fluxos do produto são redirecionados à medida que a demanda cai e aumenta em diferentes lugares.
Segundo Peskov, a Rússia não planeja “fechar a janela” para a Europa. As relações com o Ocidente permanecem em baixa por causa do conflito na Ucrânia.
Perguntado se as difíceis relações com a Europa estão provocando um retrocesso nos esforços de Pedro, o Grande, para abrir a Rússia à Europa, o porta-voz respondeu: “Não estamos planejando fechar nada”.
Pedro o Grande, um czar que governou o Império Russo de 1682 a 1725, supervisionou a transição do país para uma grande potência europeia e fundou a cidade de São Petersburgo, apelidada de “janela da Rússia para a Europa”.
O Kremlin advertiu que a decisão da União Europeia (UE) de eliminar parcialmente o petróleo russo provavelmente desestabilizaria os mercados globais de energia, e chamou a medida de um passo “autodestrutivo” que poderia sair pela culatra.
Os líderes da UE concordaram em princípio, na segunda-feira (30), em cortar 90% das importações de petróleo procedentes da Rússia até o fim deste ano, as sanções mais duras já aplicadas pelo bloco desde o início da invasão russa à Ucrânia, que Moscou chama de “operação militar especial”.
“As decisões da União Europeia de eliminar parcialmente o petróleo e os produtos petrolíferos russos, bem como de proibir o seguro dos navios mercantes, são altamente prováveis de provocar novos aumentos de preços, desestabilizar os mercados de energia e perturbar as cadeias de abastecimento”, disse o Ministério russo das Relações Exteriores em comunicado.
A UE tem atingido o país com múltiplas rodadas de sanções desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro, demonstrando velocidade e unidade incomuns, dada a complexidade das medidas.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a eliminação gradual do petróleo russo privaria Moscou de enorme fonte de financiamento e pressionaria a Rússia a acabar com sua campanha militar. Moscou advertiu que as medidas acabariam prejudicando a economia do bloco.
“Bruxelas e seus patrocinadores políticos em Washington têm total responsabilidade pelo risco de exacerbação das questões globais de alimentos e energia, causada pelas ações ilegítimas da União Europeia”, acrescentou a chancelaria russa.
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