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Ministério da Saúde

Ministra Nísia defende que Brasil enfrente o vício em apostas como combate ao tabagismo

A ministra se referiu ao vício em apostas como uma “pandemia”

A ministra se referiu ao vício em apostas como uma “pandemia” - Imagem: Reprodução / Julia Prado / Câmara dos Deputados
A ministra se referiu ao vício em apostas como uma “pandemia” - Imagem: Reprodução / Julia Prado / Câmara dos Deputados

Gabriela Thier Publicado em 27/09/2024, às 18h01


Em pronunciamento realizado nesta sexta-feira, dia 27, durante o lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, comparou o vício em apostas online a uma "pandemia" e destacou a necessidade de tratá-lo com a mesma seriedade atribuída à dependência de tabaco.

A ministra sublinhou a urgência de uma regulamentação rigorosa e da atenção às práticas publicitárias relacionadas ao setor de apostas. "Precisamos abordar essa questão na área da Saúde. A regulação é fundamental, assim como uma análise crítica sobre a publicidade. Devemos tratar isso com a mesma gravidade que o Brasil aplicou em relação ao tabaco", enfatizou Nísia. Ela também observou que a velocidade com que um indivíduo pode desenvolver dependência nas apostas online torna essa forma de vício particularmente prejudicial.

A ministra apontou ainda os impactos negativos das apostas na estrutura familiar e nos jovens, revelando que o Ministério da Saúde instituiu um grupo de trabalho específico para analisar o problema.

A preocupação governamental cresceu após um estudo do Banco Central revelar que cerca de 24 milhões de brasileiros estão envolvidos em jogos de azar e apostas. Entre os beneficiários do Bolsa Família, mais de 5 milhões realizaram transações financeiras para casas de apostas virtuais apenas em agosto, somando gastos superiores a 3 bilhões de reais – valor equivalente a 20% do total repassado pelo programa no mesmo período.

O relatório do Banco Central utilizou dados de transferências via Pix realizadas em agosto, indicando que a maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos. Além disso, observou-se que o valor médio das transferências mensais aumenta com a idade: enquanto jovens destinam cerca de 100 reais por mês às apostas, pessoas mais velhas chegam a gastar mais de 3 mil reais mensalmente.

Esse cenário evidencia um problema social significativo e reforça a necessidade urgente de medidas regulatórias e educativas para mitigar os efeitos adversos do vício em apostas online no Brasil.

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