Mistura de drogas sintéticas atrai consumidores, mas pode ser uma roleta russa
Sabrina Oliveira Publicado em 25/09/2024, às 11h35
A cocaína rosa, também chamada de "tuci", "Vênus" ou "Eros", tem ganhado cada vez mais popularidade na Europa, preocupando autoridades e profissionais de saúde. A cor vibrante, obtida com corantes alimentícios e até aromas de morango, a torna especialmente atraente para jovens e frequentadores de festas. Apesar da aparência inofensiva, os perigos associados ao seu consumo são sérios.
No início de setembro, uma grande operação policial na Espanha resultou na maior apreensão de drogas sintéticas do país, incluindo uma grande quantidade de cocaína rosa e mais de um milhão de comprimidos de ecstasy. O foco da operação foram redes de distribuição em áreas populares entre turistas, como Ibiza e Málaga.
Embora leve o nome "cocaína", a cocaína rosa não contém necessariamente a substância original. Em vez disso, é composta por uma mistura imprevisível de drogas, como MDMA (comumente conhecido como ecstasy), cetamina e 2C-B. Essas substâncias têm efeitos estimulantes e psicodélicos, além de propriedades alucinógenas e sedativas, como é o caso da cetamina. Essa combinação torna o uso da cocaína rosa extremamente arriscado.
A droga teve sua origem nos anos 1970, criada pelo bioquímico americano Alexander Shulgin. Porém, a versão atual surgiu na Colômbia por volta de 2010 e rapidamente se espalhou por festas na América Latina, alcançando agora a Europa.
Especialistas comparam o uso da cocaína rosa a uma roleta russa, já que os efeitos podem variar muito, dependendo da combinação de substâncias. Muitos usuários buscam um efeito estimulante semelhante ao da cocaína tradicional, mas acabam se expondo aos riscos adicionais da cetamina, que pode causar inconsciência e dificuldades respiratórias.
A disseminação da cocaína rosa já foi detectada em vários países europeus, incluindo o Reino Unido e partes da Escócia e do País de Gales. Nos Estados Unidos, cidades como Nova York também estão vendo um aumento na circulação dessa droga.
Um dos grandes desafios para as autoridades é a dificuldade de detectar todos os componentes da cocaína rosa em testes comuns de drogas. Na Espanha, por exemplo, ainda faltam equipamentos capazes de identificar todas as substâncias presentes.
Comercializada como um "produto premium", a cocaína rosa pode custar até US$ 100 por grama (cerca de R$ 550). Seu apelo visual e o status de "droga sob medida" atraem consumidores, mas esses atrativos mascaram os perigos graves associados ao seu uso.
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