Estudo aponta aumento nos casos de problemas físicos e mentais por altas temperaturas
Sabrina Oliveira Publicado em 26/09/2024, às 08h28
O inverno de 2024 foi marcado por temperaturas excepcionalmente altas em todo o Brasil, registrando uma média de 23,1°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Este foi o segundo inverno mais quente desde o início das medições em 1961, perdendo apenas para o ano anterior. Com a chegada da primavera, a tendência de calor intenso deve continuar, com previsões de novos recordes em várias capitais das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
O aumento das temperaturas traz um risco grave e muitas vezes subestimado: o estresse térmico. Essa condição ocorre quando o corpo é submetido a calor extremo e não consegue regular sua temperatura interna adequadamente. Os sintomas variam de desconforto leve a problemas graves de saúde, como desidratação, exaustão pelo calor e, em casos extremos, falência de múltiplos órgãos.
Marcelo Franken, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o corpo humano mantém sua temperatura entre 36 e 37°C. "Quando exposto ao calor excessivo, mecanismos como a transpiração são ativados para resfriar o organismo. Mas a transpiração intensa sem reposição adequada de líquidos e eletrólitos pode levar a um aumento perigoso na temperatura corporal", alerta.
Além dos efeitos físicos, o estresse térmico também impacta a saúde mental. Tatiane Mosso, psicóloga, observa que altas temperaturas aumentam a irritabilidade e a sensação de cansaço constante, levando a dificuldades de concentração, ansiedade e apatia. "A qualidade do sono também é prejudicada, comprometendo ainda mais o bem-estar emocional", acrescenta.
Para mitigar os efeitos do calor, especialistas recomendam medidas simples: ingerir líquidos regularmente, preferir alimentos leves e frescos, buscar ambientes climatizados ou sombreados, usar roupas leves e evitar a exposição ao sol nos horários de pico.
Um estudo recente do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) revelou que cerca de 38 milhões de brasileiros estão expostos ao estresse térmico. A pesquisa analisou dados de 31 cidades sul-americanas com mais de um milhão de habitantes ao longo das últimas quatro décadas e apontou que as cidades brasileiras enfrentam um aumento anual médio de dez horas em períodos de estresse térmico.
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