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Vacinação contra covid-19

Butantan vai importar IFA para produzir 10 milhões de doses de Coronavac para crianças de 3 e 4 anos

Órgão vai iniciar procedimento sem a inclusão da vacina no PNI, diz governador de SP

Frascos da vacina Coronavac contra Covid-19 - Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Frascos da vacina Coronavac contra Covid-19 - Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Mateus Omena Publicado em 20/07/2022, às 12h33


O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (20) que o Instituto Butantan vai importar novamente o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da China para retomar a produção da vacina Coronavac no Brasil.

Serão trazidos para o país 8 mil litros do insumo da farmacêutica Sinovac para a produção de 10 milhões de doses do imunizante. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, as novas doses serão destinadas às crianças de 3 e 4 anos contra a Covid-19.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concordou com a aplicação da vacina nessa faixa-etária na última quarta-feira (13). Agora, o governo de SP espera que os novos imunizantes fiquem prontos pelo menos até o mês de agosto.

"Tomamos essa decisão hoje, antes mesmo da inclusão no PNI (Programa Nacional de Imunizações), para que a gente tenha vacina suficiente para vacinar as crianças de São Paulo e colocá-las à disposição do Ministério da Saúde para vacinar as crianças do Brasil. A importação deve levar algumas semanas para que, se possível, no mês de agosto, a gente tenha essas vacinas disponíveis e poderemos começar a imunização dessas crianças”, declarou Rodrigo Garcia.

No entanto, o governador reforçou que serão tomadas medidas para acelerar o processo de produção, a fim de alcançar a meta dentro do prazo estabelecido.

"São Paulo vai usar os recursos da Fundação do Instituto Butantan para fazer essa importação, acreditando que o Ministério da Saúde fará a aquisição das vacinas. Se a gente ficar aguardando inclusão no PNI para fazer essa aquisição, nós vamos perder semanas preciosas".

Por outro lado, a Secretaria Estadual da Saúde anunciou que, se o Ministério da Saúde não comprar as vacinas que serão produzidas, o governo de SP vacinará as crianças do estado com esses imunizantes.

Desafios

A prefeitura de São Paulo começou a vacinação contra covid-19 em crianças de 3 e 4 anos com comorbidades, deficiência ou indígenas hoje (20).

A capital paulista tem cerca de 15 mil crianças com comorbidades nesta faixa-etária.

De acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), ainda não é possível vacinar todas as crianças destas idades, devido à insuficiente quantidade de vacinas em estoque. No total, a capital tem 313.826 crianças com 3 e 4 anos.

Na terça-feira (19), o governador Rodrigo Garcia já havia informado sobre a falta de doses suficientes nos estoques municipais do estado para atender a todas essas crianças.

Garcia reafirmou na terça (19) que havia falta de doses suficientes para todas as crianças dessa faixa etária. “Os estoques que estão hoje nas prefeituras não dão para todos aqueles que têm direito, só aqui em São Paulo são 1,1 milhão de crianças, não temos isso em estoque”, pontuou.

O governador também insistiu que o Ministério da Saúde tome iniciativa frente ao problema de abastecimento de imunizantes. "É importante que o Ministério da Saúde se pronuncie rapidamente para que a gente inicie a importação e o envase da vacina, senão em algum momento teremos falta de vacinas".

A mudança na orientação do programa de imunização acontece um dia depois do governo de SP ter declarado que o Instituto Butantan estava esperando a inclusão da Coronavac no PNI para, finalmente, começar a produção ou importação das novas vacinas.

O instituto é fornecedor da CoronaVac para todo o Brasil. Apenas no estado de São Paulo são 1,1 milhão de crianças nessa faixa etária que agora poderiam se vacinar caso o imunizante estivesse disponível.

Mais de 6,1 milhões de crianças com faixa etária entre 5 e 11 anos já foram imunizadas em São Paulo. 66,3% delas estão com o esquema vacinal completo e 86,9% foram vacinadas com a primeira dose, informou o governo do estado.

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