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Sim, habemus presidente

Imagem: Reprodução | ABr
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Reinaldo Polito

por Reinaldo Polito

Publicado em 30/10/2022, às 09h36


Neste domingo, cerca de 150 milhões de brasileiros estão indo às urnas para eleger o presidente que comandará o Executivo pelos próximos quatro anos. Os eleitoresestão contando os minutos.

Já no primeiro turno, tanto bolsonaristas quanto petistas se frustraram. Pela onda verde e amarela que cobriu o país de norte a sul, de leste a oeste, os seguidores de Bolsonaro tinham certeza de que ele seria o vencedor. Da mesma forma, os admiradores de Lula, devido às pesquisas tão favoráveis, imaginavam que a fatura seria quitada sem a necessidade do segundo turno. Abertas as urnas, os dois lados experimentaram uma espécie de gosto amargo de derrota.

No dia seguinte, os dois candidatos sacudiram a poeira e botaram o pé na estrada. Era preciso conquistar apoiadores entre governadores, senadores e deputados que haviam conseguido ou não se eleger. Cada mão estendida foi muito bem-vinda. Ainda que tivessem se digladiado na primeira fase, agora era o momento de convergência e reconciliação.

Bolsonaro conquistou resultado mais expressivo nessa empreitada. Só para dar alguns exemplos, ficaram do seu lado Romeu Zema, o todo poderoso das Minas Gerais. Rodrigo Garcia, que embora tenha ficado fora da competição, ainda é o governador de São Paulo, e tem a caneta na mão. Sem contar Tarcísio Gomes de Freitas, que continua a disputa com Fernando Haddad, mas está com larga vantagem. O governador carioca Claudio Castro. O candidato baiano ACM Neto, que mesmo tendo permanecido neutro, liberou sua base para ajudar o presidente. Estamos falando dos quatro maiores colégios eleitorais do país. Por isso, nem será preciso citar Goiás, Paraná e outros estados.

Lula, por sua vez, obteve a adesão de Simone Tebet, que carrega consigo expressivos 5% de votação e Ciro Gomes, com pouco menos. Subiram nessa canoa também Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva e outros nomes poderosos da política nacional. Uma esteira valiosa para que o ex-presidente pudesse manter pelo menos a votação da primeira rodada, o que lhe garantiria a vitória.

A força de Bolsonaro, pelo peso de seus apoiadores, é extremamente vantajosa. São políticos que estão ali na linha de frente, perto do eleitorado. São líderes que conseguem convencer mais facilmente os eleitores a seguir suas indicações. Em contrapartida, na frente petista, temos um panorama meio controverso:  o apoio de Simone Tebet, que não aglutina os outros membros do MDB, magoado com Lula por ele ter chamado Michel Temer de golpista; e o caso de Ciro, que sumiu do mapa.

Além desses fatores, há outros, como, por exemplo a participação em debates e entrevistas. O ex-presidente fugiu de vários eventos, deixando Bolsonaro sozinho para falar o que bem entendesse. Somando tudo, dá uns belos milhões de telespectadores, gente para político nenhum botar defeito.

Na sexta-feira, 28, a Globo promoveu o último debate. Lula, mais uma vez, teve participação sofrível. Seu desempenho nesses confrontos nunca é bom. Com as acusações de corrupção nas costas e os péssimos resultados que marcaram o governo da sua protegida Dilma Rousseff, não consegue sair das cordas, e quando tenta atacar age de maneira inadequada.

Essas aparentes desvantagens, porém, não estabelecem medida para frustrar os objetivos do ex-presidente. Ao contrário, o petista conta com um contingente de eleitores de fazer inveja a qualquer candidato. Independentemente do que digam a seu respeito, a quase totalidade não muda a forma de pensar, muito menos o voto já decidido e cristalizado.

Logo mais saberemos quem será o próximo chefe do Executivo. Ainda que a maioria das pesquisas mostre Lula na frente com boa vantagem, alguns estudos técnicos de especialistas em consultoria política indicam que Bolsonaro evoluiu rapidamente, conseguindo afastar a diferença de votos que o separava do concorrente.

Se deu tempo de superar ou não a desvantagem nesta reta de chegada, saberemos daqui a pouco. Se fosse para dar um palpite, mesmo sabendo que, quando este texto for publicado, muitos já terão ideia de quem se elegeu, coloco as minhas fichas na reeleição do presidente. Ele me deu a impressão de ter trabalhado mais e se emprenhado com mais afinco para chegar à vitória. Siga pelo Instagram: @polito

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