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Atriz Samara Felippo revela que filha sofreu racismo na escola: "pedi expulsão das alunas"

O caso aconteceu na escola de alto padrão, localizada na Zona Oeste de São Paulo

Samara Felippo. - Imagem: Reprodução / Google Maps | Reprodução / Blad Meneghel/ Record TV
Samara Felippo. - Imagem: Reprodução / Google Maps | Reprodução / Blad Meneghel/ Record TV

por Marina Milani

Publicado em 28/04/2024, às 07h52


Na última segunda-feira (22), a filha de 14 anos da atriz Samara Felippo foi vítima de racismo na escola de alto padrão, Vera Cruz, localizada na Zona Oeste de São Paulo. Segundo relatos da própria Samara e da instituição de ensino, duas alunas do 9º ano arrancaram as folhas de um caderno da garota, que é negra, e escreveram uma ofensa de cunho racial em uma das páginas. O caderno foi devolvido aos achados e perdidos, onde posteriormente foi recuperado pela vítima.

Em carta enviada a um grupo de pais da escola, Samara relatou a violência sofrida pela filha, descrevendo o ocorrido como uma ação brutal e racista. Ela também destacou a dor de presenciar o trabalho elaborado e caprichado de sua filha sendo destruído de forma violenta.

"Ainda estou digerindo tudo e talvez nunca consiga, cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa refazendo cada página dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também", desabafou Samara.

A atriz registrou um boletim de ocorrência e expressou sua indignação diante do ocorrido. Apesar da gravidade do episódio, Samara ainda não decidiu se irá retirar sua filha da escola, revelando que está digerindo os acontecimentos e enfrentando um misto de dor e indignação.

O Vera Cruz emitiu um comunicado às famílias, informando que foram tomadas medidas imediatas de acolhimento à aluna vítima do racismo, bem como de comunicação a todos os alunos e suas famílias. As alunas responsáveis pelo ato foram identificadas e suspensas por tempo indeterminado, aguardando conclusão das reflexões sobre sanções e reparações.

"Sim, pedi expulsão das alunas acusadas pois não vejo outra alternativa para um crime previsto em lei e que a escola insiste relativizar. Fora segurança e saúde mental da minha filha e de outros alunos negros e atípicos se elas continuarem frequentando escola. Não é um caso isolado, que isso fique claro", enfatizou Samara.

Ao g1, a atriz conta que a raiva passou, mas que ainda quer a expulsão das adolescentes porque não sente segurança da filha ocupar o mesmo espaço.

"Eu sinceramente quero que as pessoas envolvidas, agressoras, né, que são meninas de 15, idade da minha filha, se reabilitem mesmo. Eu quero bem delas, eu não quero mal de ninguém. Eu só quero que não convivam no mesmo espaço, onde poderão futuramente humilhar novamente e ofender e cometer outros atos de racismo contra ela", ressaltou.

Samara também aproveitou a situação para levantar um debate sobre a necessidade de as escolas adotarem medidas efetivas de combate ao racismo e se tornarem verdadeiramente antirracistas.

"Tem algumas coisas na escola que eu não concordo. A política de cotas que eles adotam vai só até o quinto ano. Então, um adolescente negro que vai para a escola no sétimo, no oitavo, no nono ano, não vai se sentir representado, vai ser um ambiente hostil, majoritariamente branco. Eu quero levantar um debate assim: o que é uma escola antirracista de qualidade?"

"Porque essas meninas [que agrediram a filha da atriz] estudam desde sempre no Vera [Cruz], e cometem um tipo de ato como esse. Então, não está fazendo efeito, você não está fazendo efeito (...) Tem que refazer, tem que repensar, tem que fazer mais", concluiu a atriz.

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