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Atos golpistas

"Uma lavagem cerebral", diz mãe sobre comportamento de filho bolsonarista preso no ataque em Brasília

Nesta quarta-feira (8) faz exatamente um mês que os golpistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes

Nesta quarta-feira (8) faz exatamente um mês que os golpistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes - Imagem: reprodução Twitter
Nesta quarta-feira (8) faz exatamente um mês que os golpistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes - Imagem: reprodução Twitter

Jessica Anjos Publicado em 08/02/2023, às 09h59


Nesta quarta-feira, dia 8 de fevereiro, faz um mês que bolsonaristas invadiram os prédios dos Três Poderes e depredaram as construções e objetos públicos em uma manifestação golpista. 

Mais de mil manifestantes foram presos no dia e a mãe de um deles deu entrevista ao G1 para falar sobre o comportamento do filho que segue detido na prisão de Papuda. 

De acordo com a mãe, às 11h30 do dia 9 de janeiro ela recebeu uma ligação dizendo que seu filho tinha sido preso por participar dos ataques golpistas no dia anterior.

"O que me entristece é que parece que parece que foi feita uma lavagem cerebral no meu filho. Não dava para entender nada. Eu nunca vi um negócio como esse. Ele estava muito envolvido em uma lavagem cerebral mesmo. Ele mudou muito", relatou a senhora.

Ela continua o relato dizendo que o rapaz deixou o emprego no interior do Mato Grosso do Sul e passou a viver 24 horas por dia em acampamentos com bolsonaristas depois do segundo semestre do ano passado.

"Ele saiu do trabalho para ir para os acampamentos. Ele foi de uma cidade para outra. Depois, ele veio para a capital [Campo Grande]. Aqui, ele chegou com tudo pago: passagem de ônibus e até carro por aplicativo. Isso tudo e ele já estava desempregado", comentou.

O bolsonarista já não mantinha mais a mesma relação com a mãe. Ela conta que todas as conversas eram sempre levadas para o assunto política e diz que o filho viu em Bolsonaro alguém para seguir, mas não soube separar a vida pessoal do extremismo.

"No fim do ano, quando ele me ligou, já havia duas semanas no acampamento na minha cidade. Eu senti uma diferença muito grande. Saímos para ir ao mercado, mas ele estava bem diferente. Me falaram que ele estava louco. Acho que ele não chegou a ficar louco", desabafou. 

Com as festas de final de ano se aproximando, a mãe achou que o filho passaria com a família. Porém, o rapaz quis passar apenas o Natal com a mãe, no Ano Novo, não compareceu. "Ele foi passar o Ano Novo com o pessoal em frente ao Comando Militar Oeste do Exército, no acampamento". 

A mãe afirma que para ela não faz sentido o filho ter deixado o emprego para viver em acampamentos. Durante a entrevista ao G1, a mulher confessou que acredita que o filho recebeu ajuda financeira durante esse período. 

"Meu filho conseguiu muita mordomia. Ele estava desempregado em Brasília. Foi um choque quando ele me ligou e falou que ia sair do serviço e ir para o acampamento dos bolsonaristas. Eu falei para ele: 'Cara, você tá louco, o que você tá fazendo aí?'", relembrou.

A mulher comenta que o filho não mora mais com ela desde 2015 e que ele nunca teve interesse em votar. "Eu acho que ultimamente ele nem votou. Como uma pessoa que nem vota diz que vai defender o Brasil? Como?", questionou. 

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