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Momento Conturbado

Silêncio de Jair Bolsonaro assusta comunidade internacional; saiba o porquê

Analistas explicam porque a atitude do presidente pode ser um problema

Jair Bolsonaro (PL) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Imagem: reprodução/Facebook
Jair Bolsonaro (PL) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 27/12/2022, às 11h18


A posse do presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está marcada para 1º de janeiro, domingo. No entanto, um clima de preocupações e temores está rondando os aliados do político, em razão da escalada de violência por parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e ameaças golpistas.

Para muitos analistas, o silêncio de Bolsonaro diante dos recentes atentatos em Brasília (DF), realizados por seus simpatizantes, é um motivo de alerta para a cerimônia.

O evento deve contar com mais de 50 delegações de alto nível do exterior, especialmente importantes chefes de estado das Américas e da Europa.

De acordo com o colunista Jamil Chade, do portal UOL, os ataques realizados por apoiadores da extrema direita e a prisão dos envolvidos estão sendo acompanhados por organizações estrangeiras. Algumas delas, que se mantêm no anonimato, estudam a possibilidade de emitir alertas internacionais às autoridades brasileiras, a fim de garantir a segurança durante a posse de Lula e que os golpistas sejam devidamente punidos.

Insegurança

Diversos diplomatas europeus estão preocupados com a suposta 'indiferença' de Bolsonaro em relação às ameaças de golpe e conhecimento de planos de atentados contra a posse de Lula. Para um líder, não se pronunciar diante de uma situação como essa significa dar aval para tais crimes.

Outro fator que os assusta é a comprovação da presença de células da extrema direita ou pessoas que estão apenas aguardando sinais por parte das lideranças para atacar. Além disso, há também uma forte circulação de mensagens em redes bolsonaristas sobre eventuais "acontecimentos" que poderiam marcar a posse.

Por outro lado, analistas estrangeiros afirmam que a presença de um número inédito de líderes na posse de Lula indica não apenas o apoio deles aos esforços de manutenção da democracia no Brasil e da legitimação do processo eleitoral, como também uma espécie de ofensiva contra qualquer medida radical que a extrema direita possa tomar contra o presidente-eleito.

Mesmo assim, as lideranças internacionais não ficaram surpresas com a decisão de Bolsonaro em não fazer a transferência da faixa presidencial. De acordo com o ex-ministro e embaixador Rubens Ricupero, essa atitude por parte do presidente já era prevista, como forma de repetir o comportamento de Donald Trump, nos EUA, após sua derrota para Joe Biden.

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