Diário de São Paulo
Siga-nos
INVESTIGAÇÃO

Mauro Cid foi chamado pela PF para depor novamente; entenda o motivo

O novo depoimento de Mauro Cid será na tarde desta segunda-feira (11)

O novo depoimento de Mauro Cid será na tarde desta segunda-feira (11) - Imagem: Reprodução/X @meioindep
O novo depoimento de Mauro Cid será na tarde desta segunda-feira (11) - Imagem: Reprodução/X @meioindep

Ana Rodrigues Publicado em 11/03/2024, às 08h29


O tenente-coronel Mauro Cid, prestará um novo depoimento sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, nesta segunda-feira (11).

De acordo com o UOL, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fechou um acordo de delação premiada. E, ele pode ser cancelado, caso fique comprovado que Cid mentiu ou ocultou provas durante seus depoimentos.

Uma nova oitiva acontece após o general Marco Antônio Freire Gomes falar. O ex-comandante do Exército prestou um depoimento de quase oito horas, na sede da PF, no dia 1º.

O militar respondeu a todas as perguntas. Freire Gomes era comandante do Exército em 2022, quando a cúpula do governo planejava um golpe com a participação das Forças Armadas. Um ministro da Suprema Corte disse que, o ex-chefe do Exército, relatou que é "melhor e mais valioso" do que uma delação, porque contém revelações de uma testemunha, não de um criminoso à procura de benefício judicial.

O Ex-chefe do Exército ainda disse que Bolsonaro convocou reunião para discutir proposta golpista. Freire Gomes também citou o ex-presidente como o responsável pela manutenção dos acampamentos golpistas em Brasília. Além disso, alguns aliados de Bolsonaro tentaram convencer Freire Gomes a botar as tropas do Exército na rua e aderir ao golpe.

Mauro Cid também pode ter que falar sobre a atuação de Bernardo Romão Correa Neto. O coronel foi solto na última quinta-feira (7), por decisão de Alexandre de Moraes, do STF, após ter sido preso em fevereiro. Segundo a PF, ele integrou um grupo que atuaria elegendo alvos para a amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas.

Seu advogado ainda afirmou que não houve um acordo para delação premiada com o coronel.

Na Polícia Federal, o assunto delação premiada não foi abordado. Meu cliente respondeu a todas as perguntas formuladas. Se todos os temas foram esgotados, não creio que haja necessidade de acordo", disse Ruyter de Miranda Barcelos.

O advogado que defende Cid, Cezar Bitencourt, refuta a suspeita de esconder informações.

Você sabe como funciona um interrogatório? Pergunta e responde, pergunta e responde. Se não perguntar, não tem como responder. O Mauro Cid não deixou nenhuma pergunta sem resposta. Agora eu, como interrogado, não tenho que chegar lá e fazer uma conferência", alegou Cezar Bitencourt ao UOL News.

Não houve acesso às íntegras dos depoimentos anteriores. Porém, se acredita que são peça importante para a confirmação das funções e ações individuais dos suspeitos em cada investigação. Inclusive, ele pode explicar se houve uma ordem direta para o cometimento de crime e implicar novos nomes.

Bolsonaro negou a participação em qualquer crime. Inclusive, sua defesa já disse que vai contestar a delação sem o aval do Ministério Público. Ele ainda pediu acesso ao depoimento de Freire Gomes.

Os advogados do ex-presidente dizem que é "imperioso" que a defesa tenha acesso ao conteúdo das audiências do ex-chefe do Exército e de Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica.

Compartilhe  

últimas notícias