Na última quinta-feira (8), a PF deflagrou a Operação, onde investiga uma suposta organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado
Ana Rodrigues Publicado em 15/02/2024, às 08h00
Nesta quarta-feira (14), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal), o afastamento do ministro Alexandre de Moraes das investigações sobre o suposto plano de realizar um golpe de Estado.
De acordo com o UOL, os advogados de Bolsonaro apresentaram uma arguição de impedimento contra Moraes, em petição enviada ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.
Diante do manifesto impedimento para a realização de qualquer ato processual no presente feito pelo seu nítido interesse na causa", argumentou a defesa do ex-presidente.
A defesa alegou que o ministro seria uma das vítimas do suposto plano, então, não poderia ser relator do caso.
Uma narrativa que coloca o ministro relator no papel de vítima central das supostas ações que estariam sendo objeto da investigação, destacando diversos planos de ação que visavam diretamente sua pessoa".
Os advogados ainda pedem que todos os atos determinados por Moraes sejam anulados.
O pedido ao STF diz que Moraes assumiu, a um só tempo, a condição de vítima e de julgador.
A defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, também alegou impedimento de Moraes para julgar o caso. De acordo com a Polícia Federal, Câmara foi responsável por uma operação de monitoramento do ministro do STF, com o intuito de prendê-lo durante uma tentativa de golpe de Estado.
Na última quinta-feira (8), a PF deflagrou a Operação Tempus Veritatis - cuja tradução no latim é "hora da verdade". A ação investiga uma suposta organização criminosa, que tentou dar golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.
Bolsonaro foi um dos principais alvos da operação. Os agentes foram até a casa do ex-presidente em Angra dos Reis (RJ) para recolher seu passaporte. Como o documento não estava no local, foi lhe dado o prazo de 24 horas para a entrega. O passaporte foi apreendido no início da tarde, em Brasília.
A operação ocorreu com base na delação do tenente-coronel Mauro Cid e em outras provas coletadas pela PF ao longo da investigação.
No dia seguinte à operação, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo de um vídeo apreendido. Na gravação, é possível ver Bolsonaro dizendo, sem provas, que existia um acordo secreto do Tribunal Superior Eleitoral que estaria "passando por cima da Constituição".
Eu vou entrar em campo usando o meu Exército, meus 23 ministros", disse Bolsonaro.
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