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'Cura gay'

Câmara dos Deputados quer votar sobre 'cura gay' até o fim do ano

'Cura gay' não é reconhecida pela OMS e não tem base científica

'Cura gay' não reconhecida pela OMS e não tem base científica - Imagem: Reprodução/Freepik
'Cura gay' não reconhecida pela OMS e não tem base científica - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 26/10/2023, às 07h59


Após a aprovação do projeto que proíbe o casamento homoafetivo e de tentar votar em um texto que barra o aborto legal, Comissão de Previdência e Família da Câmara dos Deputados quer votar até o fim do ano a suposta "cura gay", que não tem base científica.

Eu tenho o poder de pautar. Mas eu pauto em acordo com todo mundo. Se tiver esse tempo eu vou pautar. Porque eu acho que todo projeto tem que ser votado. Se é para aprovar ou para rejeitar, tem que ser votado", alegou Fernando Rodolfo (PL-PE).

Segundo a Folha de São Paulo, o projeto é de 2016 e foi protocolado pelo então deputado Ezequiel Teixeira (RJ), que é pastor evangélico.

Conforme o texto, fica facultado ao profissional de saúde mental atender e aplicar terapias e tratamentos científicos ao paciente diagnosticado com os transtornos psicológicos da orientação sexual egodistônica, transtorno da maturação sexual, transtorno do relacionamento sexual e transtorno do desenvolvimento sexual, visando auxiliar a mudança da orientação sexual, fazendo o paciente deixar de der homossexual para heterossexual, desde que corresponda ao seu desejo.

O projeto ainda indica que o profissional que adotar essas terapias não poderá ser punido por órgãos de classe.

A suposta cura gay é condenada pois trata a orientação sexual como uma doença. Em 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde)retirou o "homossexualismo" da lista oficial de distúrbios mentais.

Deputados da esquerda já se mobilizam para tentar barrar o projeto. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou o texto para equiparar as ações e métodos que objetivam a conversão da orientação sexual e da identidade de gênero ao crime de tortura. Já o deputado Pastor Eurico, que relatou e proibiu a união homoafetiva, manifestou interesse em dar o parecer dessa proposta.

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