Diário de São Paulo
Siga-nos
Orçamento secreto

Bolsonaro suspende pagamento do orçamento secreto após "traição" de Lira

A ordem de suspensão teria sido dada na última quarta-feira (30)

Bolsonaro suspende pagamento do orçamento secreto após "traição" de Lira - Imagem: Agência Brasil
Bolsonaro suspende pagamento do orçamento secreto após "traição" de Lira - Imagem: Agência Brasil

Nathalia Jesus Publicado em 01/12/2022, às 11h39


O presidente Jair Bolsonaro (PL) teria mandado suspender os pagamentos do orçamento secreto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com as informações do jornal O Estado de S. Paulo, a decisão teria sido tomada após o partido do presidente eleito, o Partido dos Trabalhadores, anunciar que o apoio à reeleição de Lira na última terça-feira (29).

O orçamento secreto, criado no governo Bolsonaro, é uma manobra que permite o repasse de dinheiro público por meio da emenda do relator e que permite que o destinatário do recurso não precise prestar contas 100% transparentes sobre o uso. A medida serve como moeda de troca para aprovações de projetos na Câmara e no Senado.

A decisão pela suspensão do pagamento do orçamento secreto também seria uma estratégia de Bolsonaro para que Lira fique "sem capacidade de honrar os acordos feitos para bancar sua reeleição ao comando da Casa."

Além disso, a manobra do atual presidente também coloca em cheque a estratégia do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para conseguir aprovar projetos, uma vez que, segundo o petista, o orçamento secreto seria uma política de "excrescência".

O apoio do PT ao presidente da Câmara dos Deputados também é uma decisão curiosa, já que o líder do partido já fez diversas críticas ao político, chegando até a se referir a Lira como "imperador do Japão".

Dos R$ 16,5 bilhões reservados para o orçamento secreto, R$ 7,8 bilhões foram bloqueados pelo governo federal. Líderes do Congresso foram pegos de surpresa com a decisão do presidente da República anunciada na última quarta-feira (30), com a justificativa de que "faltam recursos para outras áreas com os sucessivos bloqueios que o governo precisou fazer para cumprir o teto de gastos, a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação."

Compartilhe  

últimas notícias