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Triste

Menina de apenas 5 anos chora e pergunta pela mãe, brutalmente morta por PM

A criança sobreviveu ao ataque do policial, mas a mãe e a irmã faleceram

Crime ocorreu na última quarta-feira (14) - Imagem: reprodução/G1
Crime ocorreu na última quarta-feira (14) - Imagem: reprodução/G1

Thais Bueno Publicado em 20/12/2022, às 15h29


Na noite da última quarta-feira (14), um soldado da Polícia Militar matou, a tiros, a própria esposa e uma de suas enteadas, de apenas 3 anos de idade, depois de uma briga entre o casal acontecer. O caso aconteceu em Rio Verde, sudoeste do estado de Goiás.

O criminoso foi identificado como Rafael Martins Mendonça, de 32 anos. Ele assassinou a companheira Elaine Barbosa de Sousa e a filha mais nova dela, Ágatha Maria

O homem ainda atirou contra a criança mais velha da moça, Sara. Por sorte, ela sobreviveu, mas carregará o trauma para a vida toda. Segundo relatou Frank Bonifácio, pai das meninas, a garota chora e pergunta pela família.

"Sara saiu do hospital e perguntou 'Cadê a mamãe? Pega a mamãe pra ir pro hospital, a maninha também'. É muito triste", comentou em entrevista ao G1.

Rafael, que tentou cometer suicídio após os assassinatos, está preso preventivamente em um presídio militar após passar por audiência de custódia.

Ao ser perguntado sobre como era sua relação com o padrasto das filhas, Frank respondeu que tinha um pé atrás com certas atitudes do policial e tinha medo de deixá-lo sozinho com as meninas. O pai de Sara e Ágatha Maria tinha a guarda compartilhada delas e as visitava várias vezes.

"Nunca tivemos uma conversa amigável. Isso pra mim não é justiça, ele ficar em presídio militar. Ele ainda é PM, recebe salário e tem regalias. Quem vê justiça nisso?", desabafou.

De acordo com informações da Polícia Civil, apuradas pelo veículo já mencionado acima, o policial estava afastado do serviço nas ruas, fazendo apenas trabalho administrativo, desde que havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC)

O crime em si

Conforme revelado pelo delegado Adelson Candeo, Elaine Barbosa estava de joelhos e tentou se proteger dos tiros quando foi assassinada junto com a filha mais nova. Ambas morreram na hora.

O caso foi descoberto pois o próprio Rafael ficou desesperado e ligou para um amigo, também militar, dizendo que tinha feito uma besteira e iria se matar.

A outra enteada baleada, por sua vez, foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada para uma unidade de saúde.

Ainda segundo o delegado, a pedagoga foi atingida com 8 tiros, enquanto a criança levou 5 disparos, sendo um deles de raspão. Para ele, a moça claramente tentou se defender.

"Como ele relatou que teve uma briga, provavelmente ela estava de joelhos pedindo para que ele desistisse de dar os tiros. Muito provavelmente, quando ele começou a efetuar os disparos, ela ergueu o braço e recebeu vários tiros no braço. São claramente lesões de defesa", explicou.

"Quando uma pessoa está em pé e você atira, os tiros transfixam o corpo e batem na parede. No caso dela, todos os tiros estavam no chão. Ela recebeu oito tiros e os oito projéteis atravessaram o corpo dela e foram para o chão".

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