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BOMBA - esquema de manipulação de resultados no Brasileirão vem à tona; saiba detalhes

O promotor de Justiça do caso detalhou a situação na última terça-feira (14)

Fernando Martins Cesconetto, promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), detalhou um esquema de manipulação de jogos do Campeonato Brasileiro do ano passado - Imagem: reprodução/Twitter @geglobo
Fernando Martins Cesconetto, promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), detalhou um esquema de manipulação de jogos do Campeonato Brasileiro do ano passado - Imagem: reprodução/Twitter @geglobo

Thais Bueno Publicado em 15/02/2023, às 18h21


Na última terça-feira (14), Fernando Martins Cesconetto, promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), detalhou um esquema de manipulação de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado, em que o objetivo era influenciar apostas esportivas de altos valores

Um dos jogadores que pode estar envolvido no esquema é o meia Romário, ex-jogador da equipe do Vila Nova. Ele foi alvo da operação chamada "Penalidade Máxima". Quem realizou a denúncia foi, justamente, seu antigo time.

Alguns outros atletas também estão sendo investigados por terem participado do ocorrido. De acordo com informações do GE, o lateral Matheusinho, que estava no Sampaio Corrêa e atualmente defende o Cuiabá, é um deles.

Já conforme relatado pelo jornal O Popular, o zagueiro Joseph, do Tombense, está na mira dos agentes. O volante Gabriel Domingos, do Vila Nova, que teria emprestado a conta bancária para Romário receber o adiantamento do esquema, também está envolvido.

Segundo revelado pelo promotor Fernando Martins Cesconetto, o esquema de apostas fazia com que pênaltis fossem marcados ainda no primeiro tempo dos duelos. Os três jogos em que há a suspeita de manipulação são Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina; todos aconteceram na última rodada da Série B do ano passado.

Destas três partidas, somente no duelo Vila Nova x Sport que não ocorreu a marcação do pênalti. De acordo com Fernando Cesconetto, foi justamente isso que impediu o êxito da aposta e o ganho de um valor altíssimo em dinheiro para os envolvidos no esquema.

O jogador do Vila passou, então, a ser cobrado por já ter recebido um sinal no valor de R$ 10 mil. No total, cada jogador envolvido ganharia o bolão de R$ 150 mil no esquema. Para os apostadores, no entanto, a situação não é tão boa: o prejuízo para eles é estimado em R$ 2 milhões.

"A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos".

"Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões", explicou o promotor.

"O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil".

O promotor de Justiça ainda declarou que a investigação será aprofundada. Os envolvidos, sejam apostadores ou atletas, poderão responder por associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo.

Em nota oficial, duas das equipes com jogadores envolvidos no caso criminal, Vila Nova e Sampaio Corrêa, saíram em defesa dos investigadores e confirmaram que apoiam as investigações.

Confira o pronunciamento do Vila Nova:

"O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14).

O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte".

Veja, agora, a nota do Sampaio Corrêa.

"O Sampaio Corrêa apoia as investigações, e espera que tudo seja devidamente esclarecido. O clube ressalta que não compactua com nenhum tipo de atitude que ultrapasse as quatro linhas do campo, e frisa que cada um dos supostos envolvidos responda pelos seus atos e arque com as consequências.

O presidente Sergio Frota destaca que o Sampaio, no lance em questão, foi duplamente prejudicado, pois na sequência o atacante Gabriel Poveda marcou um gol, anulado com o auxílio do VAR para a revisão da jogada. O pênalti então foi marcado para o Londrina".

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