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Desesperador

Babá é torturada e mantida em cárcere privado após fazer descoberta perturbadora sobre os patrões

A polícia recebeu uma denúncia anônima sobre a situação da mulher

Os policiais decidiram investigar e mandaram uma equipe ao local - Imagem: reprodução/Twitter @luishipolito
Os policiais decidiram investigar e mandaram uma equipe ao local - Imagem: reprodução/Twitter @luishipolito

Thais Bueno Publicado em 13/10/2022, às 14h57


Após uma denúncia anônima, a polícia libertou umma babá que foi vítima de totura, sequestro e cárcere privado em uma chácara em Guararema, São Paulo, ainda no início desta semana.

Os patrões, que já estavam na mira da polícia por um susposto envolvimento com tráfico de drogas, foram presos.

Segundo informações do G1, a situação tomou forma na última segunda-feira (10). De acordo com o boletim de ocorrência, a delegacia recebeu uma denúncia anônima por telefone, informando que uma babá estava sendo mantida em cárcere privado no quartinho de uma chácara no bairro Itapema.

Com isso, a polícia decidiu partir para as investigações e mandou uma equipe até a residência.

Os agentes encontraram a babá com os patrões na varanda do local. De acordo com os policiais, em um primeiro momento, a vítima desconfiou do ocorrido e não conversou com eles. Os suspeitos, por outro lado, alegaram que a funcionária tinha problemas com drogas e que eles a estavam ajudando.

Contudo, quando ficou a sós com os agentes, a mulher decidiu desabafar. Ainda segundo o boletim de ocorrência, ela explicou que conheceu os patrões há sete meses em Natal, Rio Grande do Norte, e que morou com eles por dois meses na cidade. Até o momento, não desconfiava de nada.

Ela começou a estranhar quando um estrangeiro e um brasileiro passaram um mês na casa. Eles falavam, principalmente, sobre a venda de frangos e de containers. Para ela, o patrão teria dito que, se um negócio desse certo em Fortaleza, ele a compraria uma casa e um carro.

Em seguida, se mudaram para o Ceará. A vítima mal saía da casa. Por conta disso, ouvia conversas que tratavam sempre de um barco; porém, o brasileiro que morou com eles em Natal havia ido antes para Fortaleza e avisado que o veículo tinha sido apreendido.

Juntando os pontos, a babá imaginou que os patrões eram traficantes. Ela conta que a irmã da patroa confirmou o fato.

Do Ceará, vieram para São Paulo e, inicialmente, foram para a casa da mãe da patroa em Guararema. Após isso, se mudaram para uma chácara própria, na mesma cidade.

A babá relata que ganhou um celular da patroa e tinha a senha para liberá-lo. Na região, a vítima conheceu um namorado e conversava com ele sobre as desconfianças que possuia em relação aos chefes.

A patroa teria visto uma conversa dela com o namorado em que citava o envolvimento do casal com o tráfico. Devido a isso, a chefe a tirou do quarto, a puxou pelos cabelos e a levou até o marido, que tinha uma faca. Conforme contado pela babá, a patroa disse "já era" e afirmou que a funcionária não deveria ser mantida viva.

Nessa hora, o patrão entrou em cena e a amarrou, levando-a para um quartinho, onde foi agredida, com diversos murros e puxões de cabelo, pela patroa durante a madrugada. Em seguida, eles a soltaram, mas a patroa ficava de vigia.

A vítima também revelou que ouviu a mulher conversando com outras pessoas para decidir o que fariam com ela.

Quando os agentes chegaram, ela achou que fossem do "comando". A babá ainda falou que o Jaguar dos patrões está em seu nome, por causa de uma multa que chegou em sua residência, em Natal.

Os policiais apreenderam o carro, além de celulares, Ipad, R$ 11 mil e vários cartões bancários.

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