Dois desses crimes, tiveram uma repercussão nacional a morte da adolescente Hyara Flor e a chacina que vitimou seis pessoas da mesma família
Ana Rodrigues Publicado em 07/10/2023, às 12h25
Pelo menos quatro crimes violentos com vítimas pertencentes a comunidades ciganos foram registrados na Bahia, somente esse ano. Dois deles, tiveram uma repercussão nacional, eles foram: a morte da adolescente Hyara Flor, de apenas 14 anos e a chacina que vitimou seis pessoas da mesma família.
Segundo o G1, o primeiro dos quatros crimes, vitimou Dione Pereira da Silva, de 29 anos. Na ocasição, ele foi morto a tiros no dia 26 de abril, na Avenida Almirante Barroso, no centro de Teixeira de Freitas, extremo sul da Bahia. Segundo a Polícia Civil da cidades, foram presos três homens em flagrante pelo crime. A suspeita é de que a morte de Dione Pereira da Silva foi motivada por vingança.
Um grande conflito entre grupos de povos ciganos teria começado após a morte de outro homem, identificado como Deolan Pereira da Silva. O crime teria acontecido no dias três de abril, dentro de um lava-jato, no bairro Redenção, também em Teixeira de Freitas e teria desencadeado a morte de Dione Silva. Não há detalhes se os suspeitos pela morte de Dione também pertenciam aos povos ciganos.
Hyara Flor Santos Alves, é uma adolescente de 14 anos, que foi morta em julho deste anoem uma comunidade cigana, na cidade de Guaratinga, no sul da Bahia. O marido da adolescente, também de 14 anos, era considerado o principal suspeito do crime. O adolescente foi apreendido no dia 26 de julho, em Vila Velha, no Espírito Santos, mas após conclusão do inquérito, ele foi liberado.
A investigação inicial apontava que o crime teria sido cometido por vingança após um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima. No entanto, segundo a polícia, a versão não se sustentou com provas. O inquérito da Polícia Civil concluiu que o disparo que matou a vítima foi feito de forma acidental pelo cunhado dela, uma criança de nove 9 anos, enquanto os dois estavam brincando com uma arma de fogo. Após o documento, o marido de Hyara Flor foi liberado.
A família de Hyara Flor ficou inconformada com o inquérito da Polícia Civil, e contratou um perito que emitiu um parecer que contestava a versão apresentada pela instituição. O parecer técnico foi entregue ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e o órgão pediu novas investigações para a Polícia Civil. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia informou que a Coordenadoria Regional de Polícia Técnica de Porto Seguro recebeu o ofício e assim que o trabalho for concluído, a resposta será devolvida.
Menos de dois meses estão separando duas chacinas com vítimas de comunidades ciganas nas cidades de Feira de Santana e Jequié. No dia 14 de agosto, quatro pessoas foram mortas após um ataque de um grupo armado em um restaurante, no centro de Feira de Santana. Três vítimas morreram no local e uma quinta foi baleada na perna. A motivação do crime não foi revelada e ninguém foi preso suspeito de cometer o crime.
As vítimas foram identificadas como:
E, uma mulher de 40 anos foi atingida na época, era eposa de um dos mortos. Ela sobreviveu.
A Polícia Militar informou que quatro homens encapuzados entraram no restaurante e dispararam contra o grupo de ciganos. Em seguida, os suspeitos, que estavam usando distintivos de polícia, fugiram.
Na última quinta-feira (5), seis pessoas da mesma família foram mortas a tiros na cidade de Jequié. As idades das vítimas variavam entre 5 e 65 anos e todos pertenciam a comunidade cigana. A Polícia Civil da cidade investiga o crime, que aconteceu apenas dois dias depois de um outro familiar, Iomar Barreto Cabral, ser encontrado morto dentro de um carro em Rafael Jambeiro, cidade localizada a 202km de Jequié.
Todas as vítimas estavam na mesma casa, no bairro Amaralina, no momento do crime. Elas foram identificadas como:
Roberto Leal é o delegado que investiga o caso, e segundo ele, ainda não é possível dizer se os crimes têm alguma relação entre si. Porque, as motivações e o suspeitos de ambos os casos não foram identificados.
Até então, a polícia não descarta nenhuma linha de investigação, como disputas por terras, latrocínio e vingança.
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