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ASSASSINATO

Líder quilombola da Bahia é brutalmente assassinada

Bernadete Pacífico havia denunciado ameaças para a ministra Rosa Weber

Dona Bernadete Pacífico, matriarca quilombola da comunidade de Pitanga dos Palmares-BA - Imagem: Reprodução | CONAQ
Dona Bernadete Pacífico, matriarca quilombola da comunidade de Pitanga dos Palmares-BA - Imagem: Reprodução | CONAQ

Marina Roveda Publicado em 18/08/2023, às 08h00


Bernadete Pacífico, uma líder quilombola de 72 anos e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi tragicamente assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, na noite de quinta-feira (17). Dois homens usando capacetes entraram no local onde Bernadete se encontrava, na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com uma arma de fogo. A vítima foi atingida por tiros no rosto, segundo informações do filho dela, Wellington dos Santos.

Bernadete Pacífico, também conhecida como Mãe Bernadete, era uma proeminente líder quilombola e já havia atuado como ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ela desempenhava um papel significativo na comunidade quilombola de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, Bahia.

O assassinato de Bernadete gerou grande comoção e revolta entre lideranças negras, políticos e autoridades. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, manifestou pesar e indignação com o ocorrido, determinando que as forças de segurança iniciassem imediatamente as investigações. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que o racismoreligioso é uma forma real de violência que precisa ser combatida por meio de políticas públicas. Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, também enviou uma equipe de sua pasta para acompanhar o caso.

Bernadete Pacífico enfrentou adversidades significativas em sua busca por justiça após o assassinato de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também conhecido como Binho do Quilombo, que foi líder da comunidade Pitanga dos Palmares e foi assassinado há 6 anos. Sua morte representa uma perda para a luta contra o racismo, a discriminação e a marginalização, ressaltou a Conaq, que enfatizou a coragem e dedicação dela na busca por justiça e dignidade.

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