Guarulhos cobra Governo Federal para conter crise de refugiados afegãos

Desde o último dia 14 deste mês, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, voltou a ter afegãos acampados nos saguões à espera de acolhimento. Os imigrantes haviam chegado ao Brasil com vistos de acolhida humanitária.

A situação foi parecida com o que aconteceu há dois meses, quando 170 afegãos ficaram acampados no no local até serem encaminhados a abrigos na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, após um surto de sarna.

No último domingo (27), superando os números de refugiados que já haviam se instalado no aeroporto este ano, o Terminal 2 chegou a abrigar 195 pessoas, entre adultos, crianças, idosos, pessoas com deficiência, com problemas de saúde e também gestantes.

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A partir disso, o prefeito Guti (PSD), em visita ao aeroporto nesta segunda-feira (28), voltou a cobrar do governo federal ações assertivas para a solução do problema.

Um ofício junto ao Ministério de Portos e Aeroportos solicitando apoio para a situação já havia sido protocolado no dia 13 de junho de 2023. O documento reforçava o pedido de reconhecimento da cidade como fronteira do Brasil, solicitava que o governo federal assumisse as ações de interiorização dos afegãos no país e pedia maior apoio financeiro para a alimentação daqueles que permanecem no aeroporto aguardando acolhimento.

"Estamos em alerta máximo novamente, não conseguimos lidar sozinhos com toda essa demanda, que não é e nunca foi de responsabilidade nossa", comentou o chefe do Executivo, lembrando que a cidade hoje realiza, por meio do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, o primeiro atendimento e o cadastro desses afegãos, além da solicitação de vaga para acolhimento junto aos governos estadual e federal e também a instituições parceiras, como o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados da ONU (Acnur).

Enquanto eles estão no aeroporto nós também trabalhamos a segurança alimentar dos refugiados com café da manhã, almoço e janta, além de entregar água e cobertores. Tudo isso é um gasto não previsto no orçamento da cidade há mais de um ano", explicou Guti.

Vale citar, que os refugiados acabam se instalando no Aeroporto Internacional de Guarulhos, pois ele é o único no país que recebe voos que transportam os afegãos e, por conta disso, a cidade já atendeu no posto humanizado 4.562 afegãos entre janeiro de 2022 e o dia 22 de agosto de 2023.

Por fim, é importante ressaltar que este é o segundo pedido de Guarulhos por ajuda do Governo Federal nesta situação. A primeira resposta do pedido do dia 13 de junho veio no dia 30 do mesmo mês, no entanto, nada mais, além do envio daquele grupo para a Praia Grande, foi feito efetivamente.