Ele ainda citou que o valor cobrado é uma espécie de bônus e não um pagamento salarial que todos têm por direito
Vitória Tedeschi Publicado em 23/03/2023, às 09h06
Na manhã desta quinta-feira (23), São Paulo amanheceu com a greve dos metroviários e a operação das linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha do metrô e a linha 15-prata do Metrô de SP ainda não estão funcionando, dificultando assim a mobilidade dos inúmeros paulistanos que precisam chegar aos seus trabalhos ou voltar para casa.
Entre as reivindicações, os metroviários exigem o fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo; o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários, e também o pagamento do abono em troca da Participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassado aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022.
No entanto, com relação ao pagamento referente aos três anos trabalhados durante a pandemia, o diretor de operações do Metrô de SP, Milton Gioia Junior, afirmou hoje, em entrevista à TV Globo, que os metroviários receberam tudo o que estava previsto em contrato.
O Metrô de SP pagou tudo o que era devido. Cumprimos o contrato de trabalho, pagamos reajuste de 20% face a uma inflação de 17%. O sindicato sabe disso, pagamos tudo", afirmou Milton.
Além disso, o diretor ainda citou que esse valor cobrado pelos manifestantes, a PLR, é uma espécie de bônus além do valor que eles tem que receber por direito: "O abono é um plus, é uma reivindicação a mais, o Metrô no momento não tem condições financeiras para isso".
De acordo com o UOL, em nota, o Metrô diz que não há justificativa para a greve, que "só prejudica a população que depende do transporte público". Já o pagamento do abono salarial não está "em acordo com a realidade econômica da companhia".
"O Metrô empenhou todos os esforços para atender aos pleitos do Sindicato, em acordo com a realidade econômica da Companhia. Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019.
Ainda assim, a empresa cumpre integralmente com o Acordo Coletivo de Trabalho e com a regra estabelecida para a política de progressão salarial aos seus funcionários. Também concedeu de forma excepcional a progressão na carreira superior a regra estabelecida para os anos de 2020, 2021 e 2022.
Enquanto a maioria das empresas demitiam ou diminuíam o salário, o Metrô aumentou os salários, mesmo com prejuízo causado pela pandemia. O salário médio do funcionário do Metrô com gratificação por tempo de serviço é de R$ 10 mil e, se somarmos aqui os vales refeição e alimentação, o valor chega a R$ 11,5 mil, além de outros benefícios acima da média, muito além dos exigidos pela CLT, como plano de saúde sem mensalidade e auxílio creche/educação de R$ 854 e auxílio creche/educação para filhos com deficiência de R$ 1,7 mil, dentre outros, o que não é a realidade atual de mais de 90% da população brasileira".
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