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Reivindicação

Sindicato dos Delegados ainda aguarda reajuste salarial para a Polícia Civil de SP

O Sindpesp espera que o benefício seja ''equânime e justo'' entre os profissionais, caso contrário, aponta um resultado ''desastroso''

Jacqueline Valadares, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. - Imagem: reprodução I Divulgação
Jacqueline Valadares, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. - Imagem: reprodução I Divulgação

Juliane Moreti Publicado em 17/04/2023, às 19h02


O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) não recebeu qualquer proposta ou data referente ao reajuste salarial que deveria ser apresentado pelo governador Tarcísio Freitas (Republicanos), como prometido na campanha eleitoral. O ideal, inclusive, é que o benefício seja ''equânime e justo''.

A Presidência do Sindpesp diz temer que a instituição não seja valorizada entre as forças de segurança e lida com a falta de informações oficiais claras.

Isso porque estão circulando mensagens e um documento entre os profissionais da Polícia Civil de São Paulo que afirmam que o Estado estaria estudando uma proposta de aumento diferenciado entre os profissionais policiais, deixando os militares em vantagem. 

''O Sindpesp, de antemão, refuta totalmente essa possibilidade e quer acreditar que o que está circulando nesse momento seja equívoco. Uma diferenciação na recomposição salarial, no nosso entendimento, seria algo desastroso'', comenta Jacqueline Valadares, presidente da entidade.

''Há anos esperamos por essa mudança. Foram décadas de governos que não olharam para as Polícias como deveriam. Com o novo governo, esperamos por mudanças efetivas, por respostas. Por uma questão de justiça, a valorização deve ser equânime'', pontua. 

Jacqueline também aponta a falta de reconhecimento entre os policiais civis paulistas e comprova que, segundo um levantamento da Sindpesp, entre os 27 estados da federação, São Paulo está em 24º em salário de delegado, uma insatisfação para o setor, que também é partilhada por outros profissionais da área.

''Todas as categorias da Polícia Civil aguardam ansiosamente a contrapartida ao excelente trabalho realizado e que tem, inclusive, rendido elogios por parte do próprio governador. São anos e mais anos de desmonte'', acrescenta.

''Não dá para fazer 30 anos em cem dias. Mas, precisamos de algo mais concreto. E não, não menos importante: não achamos que a PM mereça menos. Pelo contrário: merece tanto quanto à Polícia Civil. O que for feito de bom para uma instituição deve ser feito para outra, também'', reforça. 

A preocupação do órgão está espalhada não somente entre as pessoas da profissão em específico, mas também aos indivíduos que estão à par do assunto. Rafael Alcadipani, especialista em Segurança Pública do Brasil, alertou nesta segunda-feira (17), sobre uma ''grave crise'' no departamento caso haja, além da espera, diferentes salários.

''O governador de São Paulo precisa fazer um aumento que seja equânime entre as forças policiais. As carreiras da PM não podem ter reajuste maior do que as carreiras da Polícia Civil. Caso aconteça, o governador criará uma grande crise de Segurança Pública'', escreveu. 

A preocupação e cobrança estão sendo feitas porque, na campanha eleitoral de 2022, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado se reuniu com Tarcísio de Freitas e ouviu promessas, na época, de que uma maior atenção seria dada aos policiais civis.

No ramo, há déficit de recursos humanos, baixos salários e falta de estrutura pra o trabalho diário. Ao se mostrar solidário com os problemas, Tarcísio se comprometeu com mudanças e citou sobre a necessidade de uma nova lei orgânica, que envolve a realização de concursos e incremento na remureração para, inclusive, ''reter talentos''. 

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