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Você é o seu templo, a sua força e a sua fé!

Força. - Imagem: Freepik
Força. - Imagem: Freepik
Fernanda Trigueiro

por Fernanda Trigueiro

Publicado em 14/04/2023, às 07h54


A gente se frustra e se decepciona, apenas porque cria expectativas. E não há nada pior do que quebrar a cara com alguém. Eu não quis repercutir aqui aquele vídeo nojento. Não gosto nem de lembrar. Me deixa mal, me dá uma angústia e uma repulsa. Não vou reproduzir a imagem, mas este fato me fez pensar muitas coisas e virou tema de papos-cabeça e rodas de conversa.
Dalai Lama, de 87 anos, estava em uma audiência no Norte da Índia. Foi em fevereiro deste ano, mas a história só veio à tona agora. A internet tem dessas. Às vezes propaga o ódio e a violência, mas se bem usada serve para denunciar, alertar e até cobrar punição. É nítido o constrangimento da criança, e enquanto eu me perguntava o que estava acontecendo ali, a reação do público me revoltou ainda mais. Será que aquilo é normal no Tibete ou talvez as pessoas só agiram daquela forma, porque estavam diante de uma "divindade"?
Um líder religioso, que depois em sua nota, se autointitulou "Sua Santidade". Sem dúvida, ele sabe do poder que tem e usou isso a seu favor. Dalai Lama é uma figura de alcance mundial. Um nome que sempre pregou a paz, a proteção das crianças, a justiça e o fim da desigualdade. Que decepção. Decepção em nome do budismo, da sociedade e de todos nós.
Assim como ele, quantos líderes já se aproveitaram da batina, do manto sagrado, de um suposto poder de cura ou de clarividência para cometer crimes? Quantos desses mestres usam da fragilidade e até do desespero daqueles que buscam ajuda? Não estou falando de nenhuma religião específica, nenhuma igreja e nem corrente filosófica ou espiritual. Há casos lamentáveis como este em todos os lugares e em todas as crenças.
Está na hora do mundo abrir os olhos. Ninguém nasceu para ser adorado e nem idolatrado. Ninguém é melhor que ninguém. Seres humanos são humanos, e não gurus. Todos têm luz, mas também sombras. As pessoas se perdem em cultuar e venerar religiosos, líderes espirituais, políticos ou qualquer figura pública. Por carência, a sociedade está cega. 
É mais fácil olhar para fora, procurar a superação e a proteção no outro. E assim vamos nos distanciando de nós mesmos. Todos somos parte do divino. A espiritualidade é única, e ninguém precisa do outro para se encontrar, para se curar e evoluir. As respostas estão dentro da gente. Basta parar e se ouvir. Não deposite mais esta responsabilidadea ninguém. Você é e sempre será o seu templo, a sua força e a sua fé!
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