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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

A estratégia de Bolsonaro, Coach do barulho, os erros de Boulos, Santander x Banespa e água para quem está quase sem

Pablo Marçal pousando no prédio da prefeitura de SP. - Imagem: Acervo Pessoal
Pablo Marçal pousando no prédio da prefeitura de SP. - Imagem: Acervo Pessoal
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 14/06/2024, às 06h00


Jogo combinado

O “efeito Marçal” serviu para pressionar o prefeito Ricardo Nunes, que deve anunciar na próxima semana o Cel. Mello Araújo, ex-comandante da ROTA e presidente do CEAGESP na gestão Bolsonaro, como vice. Bolsonaro estava incomodado com a resistência do prefeito ao coronel e teria combinado com o coach, durante almoço na semana passada, o teor das declarações que Marçal fez após o encontro, insinuando ser ele o candidato de Bolsonaro. Jair, logo depois, desmentiu Marçal. Na verdade, usou o coach para mostrar força ao prefeito. E depois colocou em campo seu mais poderoso aliado, o governador Tarcísio de Freitas, para também endossar Mello Araújo.

Decibéis

Que Pablo Marçal chegou na disputa eleitoral de SP fazendo muito barulho, todo mundo sabe. Só que no Edifício Matarazzo os decibéis reverberaram mais alto, não apenas por conta das pesquisas eleitorais. O barulho real foi causado pelo helicóptero utilizado pelo coach, um Agusta AW 109, prefixo PP – CFO, com capacidade para 2 tripulantes e 6 passageiros, avaliado em mais de R$ 10 milhões. Foi pagando quase 20 mil reais por hora de voo que Marçal chegou ao centro da cidade na última sexta-feira, para uma coletiva de imprensa na Rua Líbero Badaró. O pouso aconteceu no heliponto da prefeitura.

Errou feio

Dá pra imaginar o estrago que a passada de pano de Guilherme Boulos em André Janones, pela comprovada prática de “rachadinha” na legislatura passada, vai causar em sua imagem. Na avaliação de aliados, Boulos não deveria ter assumido a missão de livrar Janones de eventual cassação, por conta dos danos à sua imagem e por fazer cair por terra a narrativa da esquerda sobre a prática. “Errou feio aceitando a missão, errou feio ao não arrumar uma desculpa para não ir à Câmara na semana passada e errou feio ao provocar o Pablo Marçal naquele tom raivoso. Se tivesse sido mais equilibrado, poderia ter ajudado o coach a tirar ainda mais votos do Nunes”, afirmou à coluna um conhecido parlamentar do PT.

Bolão

Num eventual bolão para saber se Datena será realmente candidato ou vai deixar os tucanos na mão na hora H, como já fez com outros partidos 5 vezes, você apostaria no quê? Renata Covas, mãe de Bruno e filha de Mario Covas e o ex-ministro e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira não esperaram pra ver e deixaram o PSDB ontem, dia do lançamento da pré-candidatura de Datena. Não foi coincidência.

Desapropriações

Pela primeira vez a lei que autoriza a desapropriação de imóveis abandonados ou subutilizados no centro para serem transformados em habitações de interesse social, aprovada em 2010, foi colocada em prática. O prefeito Ricardo Nunes anunciou que 5 prédios serão desapropriados no centro por conta de dívidas de IPTU. Ele já havia manifestado à coluna essa intenção há dois anos, mas só agora a ideia saiu do papel.

Clube público, parque ou condomínio?

A disputa entre o Banco Santander e o Esporte Clube Banespa pelo valioso terreno em Santo Amaro ainda vai longe. Enquanto a direção do clube tenta tombar o espaço, o banco contratou advogado especialista no assunto. “Tombamento é como uma coleção. E se a prefeitura quer aumentar sua coleção, que compre o terreno”, afirmou o advogado, que deixou claro que, neste caso, não fala pelo banco.

Seca

O governador Tarcísio de Freitas reuniu os 14 prefeitos das cidades que decretaram estado de emergência e anunciou que irá lançar um plano de combate à estiagem e escassez hídrica, com uma série de medidas para minimizar a falta d’água nos municípios. Foram os prefeitos de Bauru, Suéllen Rosim e Vinhedo, Dario Pacheco, ambos do PSD, que mais trabalharam junto ao governo estadual para adotar as medidas. Só a prefeita de Bauru enviou 9 ofícios e participou de diversas reuniões com setores do governo buscando soluções para a questão. Só para o desassoreamento de rios que abastecem algumas cidades serão investidos 250 milhões de reais.

Contato: [email protected]

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