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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

Tarcísio quer “regular” o preço do leite, descaso com jardins em Santo Amaro e os ranchos de pesca em Ilhabela

Tarcísio quer “regular” o preço do leite,  descaso com jardins em Santo Amaro e os ranchos de pesca em Ilhabela - Imagem: Divulgação / Secretaria de Desenvolvimento Social
Tarcísio quer “regular” o preço do leite, descaso com jardins em Santo Amaro e os ranchos de pesca em Ilhabela - Imagem: Divulgação / Secretaria de Desenvolvimento Social

por Marina Milani

Publicado em 28/06/2024, às 06h00


Viva Leite

Em 10 de novembro do ano passado a coluna publicou a informação de que o governo do Estado queria acabar com o programa Viva Leite, o que foi negado uma semana depois pela assessoria do secretário Arthur Lima. Em janeiro voltamos ao assunto, por conta de um estudo recomendando a extinção total e de um ofício de Arthur Lima solicitando a suspensão temporária do programa, recém inseridos no sistema de informações digitais do Estado. Criado em 1993 por Mário Covas, o Viva Leite é referência nacional e beneficia mais de 330 mil famílias paulistas. A repercussão do caso mudou os planos do governo e o Viva Leite vai continuar, mas com mudanças.

Preço médio

Para evitar desvios, sobrepreço e formação de cartéis pelos produtores que fornecem o leite ao governo, as mudanças no Viva Leite estão sendo definidas e serão anunciadas em breve. Além de garantir que os 15 litros mensais de leite integral adicionado de vitaminas A,D e ferro cheguem ao copo de quem mais precisa, o Estado também quer ter previsibilidade no preço do leite. A ideia é estabelecer, de maneira oficial, o preço médio do produto em São Paulo. Seria uma maneira de regular o mercado, o que vindo de um governo liberal, soa como contradição. O assunto é considerado delicado no Palácio dos Bandeirantes e é mantido sob sigilo. Mas nem tanto.

Os últimos páreos

Com a proibição das corridas de cavalos em São Paulo – e a consequente desapropriação do Jockey Club por conta de uma dívida de IPTU que ultrapassa 500 milhões de reais, os páreos em Cidade Jardim podem estar com os dias contados. Na agenda, ainda há corridas marcadas para hoje e amanhã. Se a direção do Jockey Club de São Paulo não judicializar a questão, o que é bem provável, os 4 páreos marcados para este sábado podem ser os últimos na história da cidade.

Sanção

Isso porque o prefeito Ricardo Nunes sancionou rapidamente a lei aprovada na quarta, afirmando à coluna que “a escritura de concessão da área para o Jockey diz que, não havendo atividades de turfe, a área vai para a prefeitura”. Nunes também confirmou a intenção de transformar a área em parque municipal, porém explicou que o modelo de implantação, se por concessão, recursos próprios ou PPP, ainda não foi definido.

Contas aprovadas

No meio do pacotão de leis aprovadas essa semana na Câmara Municipal, além das contas de Ricardo Nunes e Bruno Covas, estavam as dos ex-prefeitos Fernando Haddad (2013/16) e Luiza Erundina (1989/92). As contas da deputada federal pelo PSOL foram motivo de discussões acaloradas no legislativo municipal nos últimos 20 anos. “Ela pode estar em outro campo, mas não chegou ao meu conhecimento que a administração dela tenha algum apontamento que desabone a conduta da Erundina”, afirmou Milton Leite, que costurou o acordo entre PSOL e governistas para pôr fim a contenda.

8 mil mudas mortas

Os moradores da Praça Santa Cruz, em Santo Amaro, estão decepcionados com a subprefeitura da região. Depois de anos de luta e da formalização de uma associação de moradores, finalmente haviam conseguido que a subprefeitura cuidasse da praça, que tem um enorme jardim. Foi tudo reformado, só que as 8 mil mudas, que custaram 60 mil reais, foram plantadas de maneira ineficiente, em terra seca. Como as plantinhas sequer foram regadas, morreram desidratadas.

Ranchos de Pesca

A denúncia apresentada pela coluna no início de maio sobre o esquema da construção de ranchos de pesca em Ilhabela, promovido pelo prefeito Toninho Colucci, começa a ter desdobramentos. A justiça suspendeu as obras de 3 dos 8 ranchos em construção, o Ministério Público contestou a prefeitura e o advogado Paulo Rêgo, integrante do Conselho Estadual do Meio Ambiente, manifestou preocupação com a situação na última reunião do colegiado, na quarta-feira. Os ranchos de pesca deveriam servir para preservar a capacidade de sustento das comunidades caiçaras, mas viraram um mercado lucrativo de atividades náuticas desde o início da administração de Colucci.

Contato: [email protected] 

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