A menina foi assassinada em março de 2008, aos 5 anos de idade
Manoela Cardozo Publicado em 21/08/2023, às 12h39 - Atualizado às 13h22
O documentário 'Isabella: O caso Nardoni', que relembra o crime que teve um impacto significativo no país, estreou em 17 de agosto.
Conforme informações do JM Online, o filme apresenta depoimentos essenciais de Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni.
Contudo, a participação de Ana na produção quase não aconteceu, pois ela inicialmente recusou, mas depois reconsiderou devido à convicção de que casos como esse devem permanecer na memória.
"Vi uma oportunidade de contar essa história para que a minha filha não fosse nunca esquecida, apesar de que, por mim, ela nunca será", afirmou, na última quinta-feira (15).
"Liguei para o Claudio [Claudio Manoel, codiretor do documentário] falando que achava que era muito delicado, que isso ia mexer com feridas, porque hoje isso envolve meus filhos. Tenho um filho de 7 anos que sabe que tem uma irmã mais velha, mas não sabe a realidade dos fatos", explicou.
Ana compartilhou como enfrentou o luto ao longo de 15 anos, enfatizando que, embora seja uma dor suportável, ainda existe: "A justiça foi feita, um ciclo se encerrou para mim, mas hoje fico com o meu sofrimento, a minha dor".
Ela também mencionou que se casar, ter filhos e recomeçar a vida foram formas de "encerrar um ciclo e iniciar outro".
Ana expressou achar injusta a progressão da pena de Anna Carolina Jatobá, condenada a 26 anos e oito meses pelo assassinato de Isabella, para o regime aberto
Anna Carolina foi liberada em junho para trabalhar durante o dia e pernoitar na Casa do Albergado, um estabelecimento associado ao regime aberto.
Isabella Nardoni faleceu aos 5 anos de idade em março de 2008, ao cair do sexto andar de um edifício na zona norte de São Paulo.
A narrativa inicial fornecida por seu pai, Alexandre Nardoni, e sua madrasta, Anna Carolina Jatobá, que estavam presentes no local na ocasião, alegava que a criança havia caído acidentalmente ou sido vítima de um suposto invasor.
Em 2010, ambos foram considerados culpados por um júri popular. Conforme as investigações avançaram, emergiu a versão de que, após uma discussão, Anna Carolina teria sufocado a enteada e Alexandre teria lançado a filha, ainda viva, da janela do edifício.
O pai cumpre sua sentença na penitenciária Dr. José Augusto César Salgado (P2), localizada em Tremembé, no interior de São Paulo, com uma pena de 31 anos e um mês.
A madrasta também estava detida em Tremembé, na Penitenciária Feminina I. Em maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) solicitou à Justiça de São Paulo que avaliasse o pedido de progressão ao regime aberto, que foi concedido.
Em 2012, Anna Carolina havia avançado para o regime semiaberto, mas perdeu esse privilégio após ser pega se comunicando com os filhos por meio de videochamada via celular de um dos seus advogados, uma prática proibida em prisões.
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