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Ailton Krenak toma posse na Academia Brasileira de Letras

Ele se tornou o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na instituição

Ailton Krenak toma posse na Associação Brasileira de Letras - Imagem: reprodução Fotos Públicas
Ailton Krenak toma posse na Associação Brasileira de Letras - Imagem: reprodução Fotos Públicas

Vitória Tedeschi Publicado em 06/04/2024, às 09h22


Na noite histótica da última sexta-feira (5), o ambientalista, filósofo e poeta Ailton Krenak tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio de Janeiro. Com isso, ele se tornou o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na instituição.

De acordo com a Agência Brasil, ele herdou a Cadeira 5, que pertencia antes ao historiador José Murilo de Carvalho e ficou vaga com sua morte em agosto de 2023. Krenak foi eleito por 23 votos, superando a historiadora Mary Del Priore e o indígena Daniel Munduruku.

Espero que o Brasil inteiro, os outros brasileiros, possam entender que nós estamos virando uma página da relação da ABL com os povos originários. Eu já disse que venho para cá para trazer línguas nativas do Brasil para um ambiente que faz a expansão da lusofonia", disse Krenak, segundo o g1.

"Desde que me convidaram ou me animaram para ocupar essa cadeira número cinco, eu me perguntava: ‘Será que nessa cadeira cabem 300?’. Como dizia Mario de Andrade, eu sou 300. Olha que pretensão. Eu não sou mais do que um, mas eu posso invocar mais do que 300. Nesse caso, 305 povos, que nos últimos 30 anos do nosso país, passaram a ter a disposição de dizer: ‘Estou aqui’. Sou guarani, sou xavante, sou caiapó, sou yanomami, sou terena", acrescentou ele.

Participaram do evento os ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e da Cultura, Margareth Menezes. E tiveram destaque nos ritos de posse, os membros da ABL Heloísa Teixeira, Arnaldo Niskier, Fernanda Montenegro e Antonio Carlos Secchin. A comissão de entrada foi formada por Edmar Lisboa Bacha, Joaquim Falcão e Ruy Castro. A comissão de saída por Ana Maria Machado, Geraldo Carneiro e Antônio Torres.

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