Por Marcelo Dutra*
Redação Publicado em 12/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 08h08
Por Marcelo Dutra*
Precisamos atentar para relação que existe entre a necessidade de educar os cidadãos e a qualidade da democracia. Falar em desigualdade é inevitável quando o assunto é educação, visto que existem abismos relacionados à idade, poder aquisitivo, região, minorias, entre outras, que inviabilizam o acesso de muitos ao sistema educacional. As populações mais carentes têm de colocar seus filhos para trabalhar desde cedo, e isso afeta o tempo que as crianças dedicam ao aprendizado básico, em especial a chegada ao ensino superior, sendo que, quando chegam o abandono do curso é quase regra.
Para construirmos cidadania é preciso ensinar a pensar, participar e questionar. Essa composição só virá através do estudo de diversas disciplinas que, de maneira intercalada devem colaborar para o empoderamento do brasileiro, o qual ao perceber-se cidadão tomará para si o destino da nação. A educação é o caminho e sempre será! Nesse sentido, torna-se de suma importância viabilizar o Homeschooling (do Inglês: ensino domiciliar) no Brasil. Essa modalidade educacional prioriza a autonomia dos pais ao permitir que os filhos sejam educados em casa com conteúdos mais abrangentes e selecionados pelos responsáveis, o que valoriza o aprendizado individualizado, propicia a liberdade criativa, fortalece a cultura familiar e pode provocar mudanças significativas em relação à insatisfação dos pais com a dinâmica atual da educação que, para eles, não entrega o que promete, como: qualidade do ensino, matriz curricular defasada, preparação para o mercado de trabalho ineficiente, falta de combate ao bullying, altos custos no setor privado, baixos rendimentos em salas lotadas no sistema público e ainda atende a urgência de ampliarmos os mecanismos educacionais desafogando a máquina pública.
Surge daí mais uma oportunidade para amplificar a formação com a qualidade e supervisão que só família pode realizar.
No âmbito nacional o Presidente Jair Bolsonaro do Partido Liberal (PL) busca dar voz as famílias Homeschooling por meio da criação de um marco legal que traga segurança jurídica para este modelo educacional, e para tanto apresentou em 2019 o Projeto de Lei (PL) 2.401, e ainda busca articular com representantes do congresso nacional, como a Deputada Federal Bia Kicis (DF), também do PL, que tem feito forte defesa da educação pelos pais e apresentou o PL 3262/2019 prevendo que este formato de ensino não seja configurado como abandono intelectual.
Na capital paulista o Vereador Gilberto Nascimento Jr. do Partido Social Cristão (PSC) apresentou o PL 01-00084/2019, que permite o ensino domiciliar oficial na cidade de São Paulo, o qual já foi aprovado em primeira votação na Câmara Municipal. Conforme a proposta, essa especificidade terá de ser autorizada pelos pais e seguirá diretrizes elaboradas e fiscalizadas pelos órgãos competentes, dessa maneira os responsáveis terão balizas para orientarem-se e os educandos serão avaliados em relação aos conhecimentos adquiridos.
A oficialização do Homeschooling não diminui a urgência de cuidarmos melhor da educação convencional, promovendo ganhos salariais mais dignos aos profissionais da área, criando espaços que colaborem com a formação de nossas crianças e jovens, locais que sejam amplificadores de demandas e conhecimentos esquecidos ou estrategicamente escanteados, pois aqueles que sabem o valor de educar e compartilhar não irão tirar um dia de folga até este país tornar-se de fato uma nação de iguais!
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