A Prefeitura de São Paulo passou a considerar automaticamente como casos confirmados os registros de pacientes que tiveram resultado positivo para coronavírus
Redação Publicado em 16/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h41
A Prefeitura de São Paulo passou a considerar automaticamente como casos confirmados os registros de pacientes que tiveram resultado positivo para coronavírus em exames laboratoriais, mas ainda estavam sendo contabilizados como casos suspeitos nos números oficiais.
A medida está presente em uma nota técnica sobre a reclassificação dos casos de Covid-19 divulgada pela gestão municipal e é defendida como “fundamental para possibilitar o acompanhamento da situação real da transmissão”.
Isso acontece porque, após o resultado do teste, os profissionais de saúde precisam retornar ao sistema de notificação oficial onde o caso foi reportado e “encerrar” o caso com a classificação de confirmado.
Devido à sobrecarga de trabalho, muitas vezes essa reclassificação manual não é feita imediatamente. Para agilizar o processo, a prefeitura adotou a reclassificação em massa, seguindo critérios de confirmação definidos pelo Ministério da Saúde.
Apesar de a prefeitura da capital utilizar esse método, o governo do estado de São Paulo e o próprio Ministério da Saúde ainda não realizam essa reclassificação automática. Por conta disso, o número de casos confirmados na capital chegou a superar o número informado para o estado inteiro pelo governo estadual, como revelou reportagem do g1.
Dados atualizados mostram que o estado notificou para a capital o equivalente a 7,5% do total de casos contabilizado pela prefeitura no mês de janeiro, e a disparidade segue em fevereiro (leia mais abaixo).
Exame de coronavírus do tipo antígeno de paciente positivo para COVID-19 na UBS Humaitá, bairro da Bela Vista, região central da cidade de São Paulo, na manhã desta quarta-feira 12 — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Em entrevista exclusiva ao g1 em janeiro, a Secretaria Estadual da Saúde admitiu que os dados do estado estão defasados. No entanto, em fevereiro, a pasta voltou a defender que cabe aos profissionais de saúde mudar o resultado dos casos no sistema, e não à administração estadual.
“Compete a eles fazer a inserção dos casos dentro dos sistemas de informações oficiais. Essa unidade notificadora precisa inserir o dado no sistema e encerrar esse dado oportunamente, se não ninguém terá conhecimento sobre esses casos. Não basta ele ter lá o resultado laboratorial positivo, precisa clicar no botão para encerrar essa ficha”, disse Tatiana Lang, diretora centro vigilância epidemiológica estadual, em entrevista à TV Globo nesta segunda-feira (14).
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