Redação Publicado em 17/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 15h24
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) aumentos nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Os novos valores começarão a valer a partir de sábado (18).
Segundo a estatal, o litro da gasolina sofreu um aumento expressivo de 5,18%, passando de R$ 3,86 para R$ 4,06. Enquanto o diesel teve uma alta de 14,26%, variando de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. No entanto, o valor do GLP foi mantido.
Em uma declaração à imprensa, a Petrobras explicou que a mudança foi impulsionada por questões de mercado e outros desafios do Brasil e do mundo. Além de ser um esforço para tentar equilibrar seus preços com o mercado global, sem o repasse imediato da volatilidade dos preços externos e do câmbio.
“Quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado”, justificou.
A estatal também destacou que a decisão foi tomada levando em conta a difícil situação que os países enfrentam com a recuperação da economia mundial e a guerra na Ucrânia.
Apesar desses fatores, a Petrobras disse que reconhece que a alta dos preços dos combustíveis tem um forte impacto na vida dos cidadãos brasileiros.
O encarecimento dos combustíveis também está associado ao preço das bombas, impostos e margens de lucro de distribuidoras, que são fatores que impactam o valor que chega aos consumidores.
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina no país ficou em 7,247 na semana encerrada no dia 11. Já o diesel, em R$ 6,886.
O Congresso aprovou na terça-feira (14) o texto-base do projeto de lei que limita a 17% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia, gás natural, comunicações e transportes coletivos. A medida é uma das tentativas do governo federal para reduzir o preço dos combustíveis em ano eleitoral. Para entrar em vigor, ela agora depende da sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O governo federal tem pressionado a diretoria da Petrobras a não repassar a alta internacional dos preços do petróleo aos consumidores. A proposta do governo seria aumentar a gasolina em 9% e o diesel em 11%. Dessa maneira, a defasagem de preços com o mercado internacional seria atenuada.
Tanto Bolsonaro, quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), criticaram a decisão da Petrobras em reajustar os preços da gasolina e do diesel nas distribuidoras, temendo o impacto dessa iniciativa na corrida eleitoral.
Desde 2016, a estatal passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio. Mas, as negociações ocorrem em dólar, que no momento encontra-se a R$ 5,14, o que contribui para o encarecimento dos combustíveis.
O petróleo Brent, principal referência internacional, já acumula alta de mais de 60% no ano, e encerrou a quinta-feira (16) a US$ 120,95 o barril.
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