Diário de São Paulo
Siga-nos

Pesquisadores brasileiros testam pele de tilápia contra queimaduras

Pesquisadores de três estados estão fazendo, em Fortaleza, testes com uma técnica inédita para o tratamento de queimaduras. Eles usam a pele de um peixe.

Pesquisadores brasileiros testam pele de tilápia contra queimaduras
Pesquisadores brasileiros testam pele de tilápia contra queimaduras

Redação Publicado em 12/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h52


Pele de peixe de água doce comum no país é utilizada como curativo biológico. Dos 30 participantes, 23 já concluíram tratamento com essa técnica.

Pesquisadores de três estados estão fazendo, em Fortaleza, testes com uma técnica inédita para o tratamento de queimaduras. Eles usam a pele de um peixe.

Parte do rosto e dois braços com queimaduras de segundo grau. O paciente que se recupera em um hospital de Fortaleza participa de um tratamento que, segundo os médicos, está sendo usado pela primeira vez no mundo.

Os pesquisadores utilizam a pele da tilápia, um peixe de água doce, comum no Brasil, como curativo biológico para tratar de queimaduras.

“A quantidade de colágeno tipo 1, que é importantíssimo para a cicatrização, além de estar em boa quantidade, é melhor alinhado, é melhor organizado do que na pele humana”, explica Edmar Maciel, coordenador da pesquisa.

O estudo, feito na Universidade Federal do Ceará há mais de dois anos, reúne pesquisadores do estado e de Pernambuco e de Goiás. Os primeiros testes com bons resultados foram com camundongos. Agora é a parte mais importante da pesquisa: o uso da pele de tilápia em pessoas com queimadura.

Os testes clínicos começaram há quatro meses e até agora incluíram 30 pacientes que deram entrada na unidade de queimados em Fortaleza. Desde o primeiro atendimento eles utilizaram a pele da tilápia no curativo das áreas queimadas. Vinte e três deles já concluíram o tratamento, segundo os pesquisadores, com menos dor e menos custos para o hospital.

“Isso vai reduzir o tempo de permanência dele dentro da unidade, vou dar um atendimento humanizado porque ele vai retornar rapidamente para sua famílial”, afirma João Neto, médico do núcleo de queimados.

O estudo deve ser concluído em 2018 com a participação de 100 voluntários. A Inez, que teve queimaduras em parte do corpo, gostou do resultado.

“Depois que ele colocou a pele não senti mais dor, é uma sensação muito boa, é uma recuperação rápida”, conta a garçonete.

Compartilhe  

últimas notícias