O glaucoma, uma doença que aflige quase 70 milhões de pessoas em todo o mundo, é um mistério, apesar de sua prevalência. Pouco se sabe sobre as origens da
Redação Publicado em 10/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h04
O glaucoma, uma doença que aflige quase 70 milhões de pessoas em todo o mundo, é um mistério, apesar de sua prevalência. Pouco se sabe sobre as origens da doença, que danifica a retina e o nervo óptico e pode levar à cegueira.
Um novo estudo do MIT e do Massachusetts Eye and Ear descobriu que o glaucoma pode de fato ser um distúrbio autoimune. Em um estudo com camundongos, os pesquisadores mostraram que as células T do próprio corpo são responsáveis pela degeneração progressiva da retina observada no glaucoma. Além disso, essas células T parecem estar preparadas para atacar neurônios da retina como resultado de interações anteriores com bactérias que normalmente vivem em nosso corpo.
As células T são responsáveis pela defesa celular. São elas que regulam o funcionamento do sistema imunológico.
A descoberta sugere que seria possível desenvolver novos tratamentos para o glaucoma, bloqueando essa atividade autoimune, dizem os pesquisadores.
“Isso abre uma nova abordagem para prevenir e tratar o glaucoma”, diz Jianzhu Chen, professor de biologia do MIT, membro do Instituto Koch de Pesquisa Integrativa sobre o Câncer do MIT, e um dos principais autores do estudo, publicado na Nature Communications nesta sexta-feira (10).
Um dos maiores fatores de risco para o glaucoma é a pressão elevada no olho, que geralmente ocorre à medida que as pessoas envelhecem e os canais que permitem a drenagem do fluido pelo olho ficam bloqueados. A doença geralmente não é detectada a princípio; os pacientes podem não perceber que têm a doença até que metade de suas células ganglionares da retina tenham sido perdidas.
A maioria dos tratamentos se concentra na redução da pressão no olho (também conhecida como pressão intraocular). No entanto, em muitos pacientes, a doença piora mesmo após a pressão intraocular voltar ao normal. Em estudos em ratos, Dong Feng Chen encontrou o mesmo efeito.
“Isso nos levou ao pensamento de que essa mudança de pressão deve estar provocando algo progressivo, e a primeira coisa que me veio à mente é que tem que ser uma resposta imunológica”, diz ela.
Para testar essa hipótese, os pesquisadores procuraram células imunes nas retinas desses ratos e descobriram que, de fato, as células T estavam lá. Isso é incomum porque as células T são normalmente bloqueadas de entrar na retina por uma camada restrita de células chamada barreira hematotrinina para suprimir a inflamação do olho.
Os pesquisadores descobriram que quando a pressão intraocular sobe, as células T conseguem de alguma forma atravessar essa barreira e entrar na retina.
Os pesquisadores geraram alta pressão intraocular em camundongos sem células T e descobriram que, embora essa pressão induzisse apenas uma pequena quantidade de dano à retina, a doença não progrediu mais depois que a pressão do olho voltou ao normal.
Outros estudos revelaram que as células T ligadas ao glaucoma têm como alvo proteínas chamadas proteínas de choque térmico, que ajudam as células a responder ao estresse ou a lesões. Normalmente, as células T não devem ter como alvo proteínas produzidas pelo hospedeiro, mas os pesquisadores suspeitaram que essas células T haviam sido previamente expostas a proteínas bacterianas de choque térmico. Como as proteínas de choque térmico de espécies diferentes são muito semelhantes, as células T resultantes podem reagir de forma cruzada com as proteínas de choque térmico humanas e de ratos.
Para testar essa hipótese, a equipe trouxe James Fox, professor do Departamento de Engenharia Biológica do MIT e da Divisão de Medicina Comparada, cuja equipe mantém ratos sem bactérias. Os pesquisadores descobriram que, quando tentavam induzir o glaucoma nesses camundongos, os camundongos não desenvolviam a doença.
Os pesquisadores então se voltaram para pacientes humanos com glaucoma e descobriram que esses pacientes tinham cinco vezes o nível normal de células T específicas para proteínas de choque térmico, sugerindo que o mesmo fenômeno também pode contribuir para a doença em humanos.
Até agora, os estudos dos pesquisadores sugerem que o efeito não é específico de uma determinada linhagem de bactérias; em vez disso, a exposição a uma combinação de bactérias pode gerar células T que visam as proteínas de choque térmico.
Uma questão que os pesquisadores planejam estudar ainda é se outros componentes do sistema imune podem estar envolvidos no processo auto-imune que dá origem ao glaucoma. Eles também estão investigando a possibilidade de que esse fenômeno possa estar por trás de outros distúrbios neurodegenerativos e procurando maneiras de tratar esses distúrbios bloqueando a resposta autoimune.
“O que aprendemos com os olhos pode ser aplicado às doenças cerebrais e pode eventualmente ajudar a desenvolver novos métodos de tratamento e diagnóstico”, disse Dong Feng Chen.
Leia também
Após deixar casa de Madonna, filho da artista sobrevive buscando restos de comida
Suposto vídeo de Mel Maia fazendo sexo com traficante cai na rede e atriz se manifesta
Marcelo Lima cresce e amplia vantagem em São Bernardo
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
Obra do novo terminal rodoviário de Rio Preto apresenta problemas
Descriminalização da maconha no STF: relação milenar com a planta sofre preconceito e desinformação até no século XXI
PUBLICIDADE LEGAL - 22/07/2024
Saiba o real motivo do fim do noivado de Maraisa com Fernando Mocó
URGENTE! Joe Biden desiste de disputa pela presidência dos Estados Unidos
Após deixar casa de Madonna, filho da artista sobrevive buscando restos de comida