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Como a China conseguiu cortar pela metade a poluição do ar em 7 anos

Imagem Como a China conseguiu cortar pela metade a poluição do ar em 7 anos

Redação Publicado em 11/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h07


Fotografias em que uma densa camada de poluição não deixa ver o Sol em plena luz do dia eram comuns na China na última década. Não mais.

O país reduziu em 40% a quantidade de partículas nocivas no ar entre 2013 e 2020, segundo o relatório apresentado em junho pelo Instituto de Política de Energia da Universidade de Chicago (EPIC, na sigla em inglês), nos EUA, que realiza medições por satélite.

É a maior redução da poluição do meio ambiente em um país em um período tão curto de tempo.

Na verdade, os Estados Unidos levaram três décadas para atingir um objetivo semelhante desde a histórica Lei do Ar Limpo de 1970.

Como a China conseguiu fazer isso em tão pouco tempo?

Para responder a esta pergunta, primeiro temos que voltar a 2013, quando a poluição do ar no país asiático atingia níveis extremos.

Esta fotografia de 2013 mostra a poluição extrema na cidade de Harbin (no nordeste), uma das mais poluídas da China — Foto: Getty Images via BBC

Esta fotografia de 2013 mostra a poluição extrema na cidade de Harbin (no nordeste), uma das mais poluídas da China — Foto: Getty Images via BBC

Naquele ano, a China registrou uma média de 52,4 microgramas (µg) por metro cúbico (m3) de partículas poluentes PM2,5 — dez vezes mais do que o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje.

As partículas finas PM2,5, provenientes da combustão de resíduos e combustíveis fósseis, são muito prejudiciais à saúde devido à sua alta capacidade de penetração nas vias respiratórias.

“Naquele momento, Pequim vivia o que chamamos de airpocalipsis (algo como “apocalipse do ar”), com eventos de poluição extrema que conscientizaram as pessoas sobre o problema”, explica Christa Hasenkopf, diretora de programas de qualidade do ar do EPIC e coautora do estudo, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Assim era a Cidade Proibida de Pequim em 2013, em um dia de forte poluição — Foto: Getty Images via BBC

Assim era a Cidade Proibida de Pequim em 2013, em um dia de forte poluição — Foto: Getty Images via BBC

Diante da gravidade da situação, o governo chinês declarou guerra à poluição do ar.

No final de 2013, ativou o Plano de Ação Nacional da Qualidade do Ar para reduzir a poluição em um período de quatro anos, com um generoso orçamento de US$ 270 bilhões (R$ 1,4 trilhão em valores atuais), aos quais se somaram outros US$ 120 bilhões de financiamento de Pequim.

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