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O silêncio de Bolsonaro provoca desespero nos opositores

Jair Bolsonaro. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Jair Bolsonaro. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Reinaldo Polito

por Reinaldo Polito

Publicado em 25/12/2022, às 08h24


Tenho lido aqui e ali: “Bolsonaro já não manda nem em seus seguidores delirantes”. Também tenho ouvido cá e acolá: “Recluso, Jair Bolsonaro não dá satisfações nem à sua própria militância”.

Esses opositores não conseguem esconder o desconforto que sentem diante do silêncio do presidente. Criticam, esperneiam e tentam provocar antagonismo entre o chefe do Executivo e a sua militância. Não se conformam com o fato de milhões de pessoas estarem de maneira ordeira e disciplinada na frente das portas dos quarteis. Se nem eles que são os “especialistas” em política entendem o motivo dessa atitude de Bolsonaro, como podem esses “manipulados ignorantes” se sujeitar a tamanho sacrifício?! Não encontram um motivo sequer que explique a presença de opositores ao governo eleito se sujeitando à chuva, fome, sol e toda sorte de sofrimento.

Ah, como gostariam que o derrotado nas eleições presidenciais falasse. Poderia ser uma única frase. De tal forma que tivessem munição para fustigar o primeiro mandatário com base em fato concreto. Mas qual o que! O “cara” permanece calado como um túmulo! Como não sobra outra saída, só resta a eles criticar seu silêncio e os adeptos que o veneram como se fossem parte de uma boiada sem rumo.

À medida que os dias passam - e lá se vão dois meses, o governo eleito ou aqueles que, com seu prestígio, ajudaram na sua eleição, sentem o número de pulgas crescer nas orelhas. Lá no fundo surgem os fantasminhas: será que esses bolsominions sabem de algo que nós não sabemos? Será que existe uma carta na manga que ainda não foi revelada? Ou será que não passa de simples delírio daqueles que não se conformam em ter perdido as eleições?

Talvez não exista nada pior na vida de uma pessoa que a dúvida. Se Bolsonaro já tivesse entregado os pontos e reconhecido a derrota, pronto, estaria tudo resolvido. Essa turma que veste verde e amarelo enrolaria as bandeiras e voltaria para casa com o rabo entre as pernas. Que nada! Ele continua inexplicavelmente firme como uma rocha. E ainda por cima, quando fala, só diz: acreditem no seu presidente.

Afinal, o que será que ele quer dizer com isso? Os mais importunados se apressam em interpretar como sendo uma mensagem golpista e antidemocrática. Outros, mais ponderados, julgam que não se deve levantar hipótese precipitada sem fato concreto.

Essa é a preocupação daqueles que, por um ou outro motivo, temem que algum fato legal, não golpista, nem antidemocrático, impeça que o presidente eleito suba a rampa do Palácio do Planalto. Já estamos quase no final do mês. Se a oposição estivesse segura do que irá acontecer, não ficaria puxando os cabelos. Sem contar que no meio de todas as fake news surgem as mais diferentes informações. Sem nenhuma prova. Sem nenhum indício que pudesse levar a uma comprovação consistente. Ainda que sejam invencionices, são suficientes para provocar suores naqueles que desejam ver o novo governo na cadeira presidencial.

Só posso dizer a esses afoitos críticos de Bolsonaro: não procurem chifres em cabeça de cavalo. Afinal, o silêncio do Bolsonaro pode ser tudo, mas também pode ser nada. Não nos esqueçamos das palavras de Freud. Ao contestar a opinião de um analista que afirmava existir algo de oral ou fálico no fato de ele fumar charutos, explicou: “Às vezes um charuto é apenas um charuto”. E de charuto os admiradores de Fidel entendem. Tanto que já aceitaram esse precioso produto como garantia de vultosos empréstimos. Siga pelo Instagram: @polito

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