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Eleitores de Bolsonaro saem do armário e podem garantir sua reeleição já no primeiro turno

Eleitores de Bolsonaro saem do armário e podem garantir sua reeleição já no primeiro turno - Imagem: reprodução grupo bom dia
Eleitores de Bolsonaro saem do armário e podem garantir sua reeleição já no primeiro turno - Imagem: reprodução grupo bom dia

por Reinaldo Polito

Publicado em 02/10/2022, às 09h52


Uma pesquisa do Datafolha pode acenar com vitória a Bolsonaro. Segundo o levantamento divulgado na sexta (30), 35% do eleitorado se declaram desconfortáveis para revelar em quem votarão para presidente. Se fizermos uma conta rápida, considerando-se que há no Brasil 156 milhões de eleitores, chegamos ao expressivo número, arredondado, de 55 milhões de votos. É voto para ninguém botar defeito. Chega perto da votação que Bolsonaro teve para se eleger em 2018.

Não estou dizendo que essa turma toda irá votar no presidente ou no líder petista. A pesquisa traz outros dados que procuram ser esclarecedores.  Um desdobramento, que não consegui entender, diz que 40% dos eleitores de Lulanão querem declarar seu voto. Assim como 27% dos bolsonaristas. Os dois candidatos que vêm logo atrás na corrida eleitoral, Ciro Gomes e Simone Tebet, são contemplados com 41% do pessoal que deseja garantir o sagrado direito do sigilo.

A minha dúvida é esta: como foi possível saber que esses eleitores são partidários de um ou de outro candidato se preferem deixar a boca fechada no momento de declarar em quem votarão? Talvez o risco de equívoco deva ser elevado. Que nada! A margem de erro é de apenas 2%. E dá para confiar? Há resposta também para essa questão. O instituto afirma que o nível de confiança do resultado é de 95%.

Uau! Pensei, pensei, pensei, mas confesso a minha ignorância – não captei a mensagem, querido mestre. Ou seja, os entrevistados ficam firmes no propósito de guardar para si o nome de quem estará no seu voto, mas confessam que são lulistas ou bolsonaristas! Bem, os pesquisadores devem ter lá suas estratégias para descobrir o que está no silêncio de cada mente.

Vamos supor que os avançados estudos metodológicos consigam mesmo avaliar esses dados com tanta certeza a dois dias das eleições. Independentemente do candidato preferido pelos eleitores, todas as pesquisas de intenção de votos divulgadas nos últimos meses, e mais recentemente, quase que todos os dias, foram por terra. O último Datafolha, por exemplo, que mostra Lula com 50% dos eleitores, depois dessa reviravolta provocada por esses que não dizem em quem irão votar, já foi para o espaço. Com 50% das intenções de votos, bastaria um leve suspiro para o petista levar no primeiro turno. Com essa nova informação, todavia, a possível vitória de Lula pode não ocorrer. Além de Bolsonaro ter chance de ser o vencedor nessa primeira etapa, ainda que não seja, outro fenômeno pode vir à tona.

Os petistas fizeram de tudo para liquidar a fatura logo neste dia 2. Sabem que se as eleições forem para o segundo turno, praticamente poderão jogar a toalha. Os números positivos da economia farão nos próximos dias toda a diferença. Queda acentuada da inflação, por causa das sucessivas deflações. Número recorde de emprego, chegando aos 100 milhões, e 8,9% de desempregados. Crescimento do PIB revisto o tempo todo para cima. Investimentos externos que não param de chegar. Só para citar alguns indicadores, pois poucas vezes vivenciamos na história conjuntura e perspectivas tão favoráveis para o Brasil.

Por esses motivos, a população já começa a sentir a queda no preço da energia, do combustível e, principalmente, dos alimentos. E não existe melhor cabo eleitoral que o bolso. Quando as pessoas voltam do supermercado com o carrinho mais cheio e gastando menos, não há ideologia que resista. Como dizia José Bonifácio de Andrada e Silva, o grande Patriarca da Independência: sou brasileiro. Antes sou paulista. Antes sou santista. Antes de tudo, entretanto, sou um Andrada.

Com o voto ocorre o mesmo. Antes de qualquer preferência política, estou eu e a minha família. Se tudo vai bem para a minha tropa, por que vou mexer nesse time que está ganhando?

O melhor dessa história é que daqui a poucas horas saberemos quem tem razão. E dependendo do horário em que você esteja lendo essas minhas reflexões, já terá sabido o resultado do pleito. E aí, os institutos de pesquisas acertaram? O povo nas ruas era a expressão da realidade? Você está feliz com o resultado? Seu candidato venceu?

Temos de nos lembrar de que quem quer que seja o vencedor, hoje ou no segundo turno, o eleito será o presidente de todos os brasileiros. Nesse momento teremos de guardar as armas e torcer para que ele seja o melhor para o nosso país. Siga pelo Instagram: @polito

Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político, Gestão Corporativa e Gestão de Comunicação e Marketing na ECA-USP. Presidente Emérito da Academia Paulista de Educação. Escreveu 34 livros com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no [email protected]

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